Psicopedagogia usa matemática na reabilitação de crianças autistas no CIIR

A Psicopedagogia, por intermédio da matemática, consegue, de forma lúdica, potencializar a reabilitação de crianças autistas assistidas pelo Núcleo de Atendimento Transtorno do Espectro Autista (Natea), no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém.

De acordo com Isabela Melo, psicopedagoga do Natea, o plano terapêutico trabalha as funções de soluções problemas do cotidiano envolvendo as quatro operações matemáticas que são a soma, divisão, subtração e multiplicação, que garantem autonomia e cognição aos autistas.

“A atividade estimula as funções do dia a dia para que o reabilitando tenha a independência de saber administrar o dinheiro, como por exemplo: reconhecer troco e somar valores corretamente”, destaca.

A profissional salienta que a dinâmica utiliza protótipos de moedas e cédulas de dinheiro para organizar a criança a ir ao mercado e realizar as funções monetárias. “Conhecendo as funções de valores, o reabilitando vai visualizá-las para poder fazer a somatória e vê quanto gastou; aprende a comprar com o valor certo ou valor a mais para saber receber a quantia de troco”.

Segundo a terapeuta, as funções de soluções problemas garantem também a educação financeira planejando “girar” o dinheiro, ou seja, administração correta. “A terapia trabalha para que o usuário consiga aprender a administrar o seu dinheiro gastando de uma forma funcional, isto é, se tem um valor em espécie, não gastar o que tem em apenas um produto, mas sim, em mais de um no formato inteligente. Devemos ter esse planejamento aprendendo desde criança para quando chegar à fase adulta, não ter dificuldade de administrar a vida financeira”.

Um dos reabilitandos que vem conquistando autonomia e utilizando a matemática de forma funcional no cotidiano é Samuel da Silva, de 8 anos. Segundo a mãe, Leyde da Silva, o garoto consegue em casa desenvolver a didática.

“Utilizamos o cofrinho. Se ele quer um brinquedo, eu digo: ‘Você vai juntar dinheiro neste cofrinho por um período, quando chegar a data estipulada, vamos abrir e contar o dinheiro; se chegamos ao valor do produto, você tira e compra. Caso não, seguimos juntando’. É uma forma também de incentivá-lo a administrar o dinheiro com consciência. Os profissionais do CIIR sempre pedem que a gente continue com as dinâmicas desenvolvidas durante as terapias, em casa; é desta forma que eu faço com o Samuel”, detalha a genitora.

Referência – O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço:

O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.