O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) destaca a importância do encerramento do segundo período do defeso do caranguejo-uçá, uma espécie crucial para os ecossistemas costeiros. Durante essa fase, que ocorreu entre os dias 10 e 15 de fevereiro, atividades como captura, transporte, beneficiamento, industrialização e comercialização do animal foram proibidas, conforme estabelecido pela Instrução Normativa nº 1, de 03 de janeiro de 2020.
Conhecida como andada ou suatá, este evento único ocorre durante a lua cheia ou nova. Em 2024, o fenômeno ocorreu entre os dias 12 e 17 de janeiro (1º ciclo reprodutivo); 10 e 15 de fevereiro (2º ciclo reprodutivo) e retornará de 11 a 16 de março (3º ciclo reprodutivo), marcando os períodos cruciais para a reprodução da espécie.
A preservação do caranguejo-uçá durante a andada é fundamental para a manutenção dos ecossistemas costeiros. Esses animais desempenham um papel crucial na cadeia alimentar, servindo como fonte de alimento para diversas espécies e contribuindo para a ciclagem de nutrientes e a manutenção da biodiversidade.
Ao respeitar o período de defeso do caranguejo-uçá, a população colabora para a conservação desses animais e dos ecossistemas onde habitam. Capturas indiscriminadas durante a andada podem comprometer a reprodução e o equilíbrio populacional do caranguejo-uçá, afetando toda a cadeia alimentar e a saúde dos manguezais.
A fiscalização e o cumprimento das normas estabelecidas são essenciais para garantir a efetividade do defeso. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) realizou ações de fiscalização, resultando na apreensão de mais de 400 animais comercializados de maneira indevida nos municípios de Capanema e Santo Antônio do Tauá, ambos localizados na região nordeste paraense.
Mônica Furtado, gerente de Biodiversidade do Ideflor-Bio, destaca a importância da conscientização da população sobre a preservação desses animais e o respeito ao período de defeso. “A educação ambiental e a divulgação de informações sobre a andada e suas consequências são essenciais para promover uma relação mais harmoniosa entre os seres humanos e a natureza”, enfatiza.
Ela ressalta que, “no último dia do segundo período do defeso do caranguejo-uçá, é importante reforçar a necessidade de respeitar essa época de reprodução e contribuir para a preservação desse animal tão importante para os manguezais e para a biodiversidade dos ecossistemas costeiros. Cabe a cada um de nós fazer a nossa parte para garantir um futuro sustentável para o caranguejo-uçá e para as gerações futuras”.