Um Local de Refúgio: A Importância do Braille na Inclusão e Autonomia

Em meio à agitação da vida moderna, existe um lugar de refúgio para Adelson Pinto, um pedagogo de 63 anos especializado em Educação Especial. Este lugar é a seção Braille da Biblioteca Pública Arthur Vianna. Adelson, que perdeu a visão devido a uma condição rara chamada glaucoma congênito, descreve a biblioteca como um espaço de recriação e socialização.

Acolhimento e Apoio

“Sempre que preciso resolver alguma situação, como inscrição em sites, procuro esse espaço, que sempre me acolheu muito bem”, conta Adelson. Ele atribui seu desenvolvimento, autonomia e crescimento aos materiais que pegou na biblioteca e ao apoio que recebeu lá.

Dia Mundial do Braille

No Dia Mundial do Braille, celebrado em 4 de janeiro, é importante destacar o papel crucial que espaços como a seção Braille da Biblioteca Pública Arthur Vianna e a biblioteca do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) desempenham. Esses espaços oferecem livros adaptados para o sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão: o sistema Braille.

Recursos e Tecnologia

A biblioteca oferece uma variedade de serviços, incluindo computadores com sintetizadores de voz que facilitam a navegação e o acesso à internet, digitalização de textos, empréstimo de audiolivros, periódicos e livros em Braille, leitura oral, impressões em Braille, lupa eletrônica para quem tem baixa visão, máquina Braille, entre outros. Desde 2022, a biblioteca também conta com os óculos “Orcam MyEye”, que permitem a leitura instantânea de materiais como livros, revistas, apostilas e códigos de barras.

A Importância do Braille

Dailton Conceição, pedagogo da Seção Braille da Arthur Vianna, reforça a importância histórica do Braille como instrumento de identificação e educação. “As pessoas com deficiência visual que leem Braille são as que têm mais evolução e desenvolvimento na sua vida acadêmica”, afirma.

Inclusão e Independência

O CIIR também possui uma biblioteca inclusiva, que integra um acervo de 200 livros, incluindo literaturas infantis e fantasias, além de revistas em quadrinhos, com exemplares em Braille. O espaço foi criado para dar suporte ao acesso à informação e mais independência à pessoa cega, através da leitura, em meio às terapias oferecidas pelo CIIR.

O Sistema Braille

Louis Braille, um francês que perdeu a visão ainda na primeira infância, foi o responsável pela criação do método que permite que os cegos possam ler. Ele inventou o método quando tinha apenas 15 anos ao desenvolver um sistema de célula para leitura por meio do tato. O Braille é um sistema de escrita e leitura para cegos, uma importante inclusão de comunicação entre as pessoas com deficiência visual na tomada de decisões, além da necessidade de inserção no ambiente escolar e acadêmico, sobretudo, na vida.