Na segunda-feira, 4, o Governo do Estado entregou 56 diplomas revalidados a médicos estrangeiros e aqueles formados em instituições de ensino superior fora do país. Esses profissionais participaram da etapa de Estudos Complementares em 2023, conduzida pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), em 16 municípios do Arquipélago do Marajó.
Em uma iniciativa pioneira, os revalidandos passaram um ano adquirindo experiência prática na ilha do Marajó, durante a segunda edição do processo de revalidação de diplomas. A professora Regina Carneiro, coordenadora do processo, explicou que os alunos que não atingiram a média para a revalidação foram absorvidos pela Uepa. Eles passaram o ano nos municípios do Marajó, praticando medicina sob a supervisão de um médico local e a orientação dos professores de Medicina da Uepa.
Clay Chagas, reitor da Uepa, destacou a importância do programa, que vai além da formação específica na área médica. Ele também elogiou a iniciativa do Governo do Pará e mencionou que já apresentou o modelo dos Estudos Complementares aos Ministérios da Saúde e Educação em Brasília, pois não existe um modelo semelhante no país.
A Fundação de Amparo e Pesquisa da Amazônia (Fapespa), parceira da Uepa, apoiou a realização do programa. Marcel Botelho, presidente da fundação, afirmou que o objetivo é ter um profissional habilitado e pronto para atender às grandes demandas da população do Marajó.
O governador Helder Barbalho, que esteve presente no evento, destacou a importância da integração entre os órgãos de conhecimento. Ele também ressaltou que a colaboração entre os órgãos é essencial para obter os resultados necessários.
Os candidatos que receberam os diplomas revalidados realizaram a matrícula para a etapa dos Estudos Complementares em janeiro do ano passado. Nesta fase, os revalidandos tiveram um ano de aprendizado teórico intercalado com atividades práticas, com uma carga horária total de 1.760 horas, na área de Saúde da Família e Comunidade, durante um período de 12 meses, que terminou no início deste ano. Após a realização de novos exames, os revalidandos alcançaram a nota necessária para ter o documento revalidado.
Rodrigo Prado, formado na Rússia, revalidou seu diploma pela Uepa após um ano na cidade de Muaná. Ele destacou a importância de atender a população ribeirinha. Aline Beltrão, técnica em enfermagem e paciente do município de Cachoeira do Arari, elogiou a presença dos revalidandos, que se preocupam em investigar, avaliar, examinar e ter um cuidado especial.
Lúcio Mauro Boaventura Latour, formado na Cidade do Leste, no Paraguai, disse que conseguiu aprimorar seus conhecimentos na área de atenção primária à saúde durante os 12 meses. Ele afirmou que a Uepa proporcionou essa experiência para ele, além de conseguir o processo de revalidação.
Os diplomas revalidados permitirão o exercício legal da profissão em todo o território nacional. Segundo o reitor Clay Chagas, “o maior ganho de todos é a humanização de quem passou um ano no Marajó, atendendo a população, e vai sair um outro profissional. Isso não tem preço”.
A Uepa realiza a revalidação e convalidação de diplomas desde 2017 para diversos cursos de graduação e pós-graduação. No entanto, o curso de Medicina só foi incluído em 2020, devido à pandemia de covid-19 e à necessidade de mais profissionais da área da saúde para atuação no Estado.
A participação da Uepa no processo de revalidação dos diplomas de Medicina é mais uma ação que consolida a missão institucional, através do compromisso com a sociedade paraense em um momento de grande urgência.
Em maio de 2021, quarenta médicos graduados fora do Brasil receberam os diplomas revalidados pela Uepa, após um processo iniciado em outubro de 2020. No ano seguinte, em maio de 2022, foi lançado um novo edital para a revalidação dos diplomas de profissionais formados em Medicina no exterior. Após as fases realizadas entre maio e dezembro, 75 candidatos receberam a nova documentação em uma cerimônia realizada em Belém, também com a presença do governador Helder Barbalho.
