Pará Comemora Dia Mundial do Meio Ambiente como Epicentro do Debate Climático Global

Estado com Mais de 70% de Florestas Tropicais será Sede da Conferência da ONU sobre Clima em 2025

Floresta Amazônica - Região Sudoeste Paraense - Fotos Bruno Cecim - Ag.Pará

 

Neste 5 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data instituída pela ONU em 1972 durante a Conferência de Estocolmo, que marcou o primeiro grande encontro de líderes globais para discutir questões como a contaminação dos ecossistemas, o esgotamento dos recursos naturais e fenômenos climáticos adversos. Cinquenta e dois anos depois, o estado do Pará, no coração da Amazônia, assume o protagonismo nas discussões sobre o futuro sustentável do planeta.

Escolhido pelas Nações Unidas para sediar a COP 30, a mais importante conferência mundial sobre mudanças climáticas, o Pará se prepara para ser o centro das atenções globais em debates que visam um futuro sustentável.

A COP da Floresta

A realização da COP 30 em Belém foi fruto de um pedido do governador Helder Barbalho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro de 2022, durante a COP 27 no Egito. Lula apresentou a candidatura do Brasil e sugeriu Belém como anfitriã do evento. Segundo Barbalho, sediar a conferência na Amazônia permitirá que líderes mundiais experimentem a realidade da maior floresta tropical do mundo.

Em maio de 2023, a ONU oficializou Belém como sede da COP 30. “Nos sentimos privilegiados com a escolha de Belém para sediar o mais importante evento sobre mudanças climáticas do mundo. Isso nos traz a responsabilidade de mostrar que o Pará e o Brasil estão prontos para conciliar desenvolvimento e meio ambiente”, afirmou o governador.

Compromisso Ambiental

O primeiro desafio do governo do Pará foi reduzir os índices de degradação ambiental. “Historicamente, o Pará sempre teve os maiores índices de desmatamento. Implementamos uma política rigorosa de comando, controle e fiscalização, reduzindo em 50% o desmatamento em comparação com o passado. Em abril de 2024, tivemos uma redução de 67% no desmatamento em relação a abril de 2023 e de 90% em relação ao mesmo período de 2022”, celebrou Barbalho.

A redução nos crimes ambientais foi resultado da implementação de políticas eficazes de comando e controle, mas as ações do estado também focaram na construção de um novo modelo econômico. “Queremos que até 2035, o Pará seja um estado neutro em emissões de carbono”, afirmou o governador.

Compromisso com o Desenvolvimento

Para alcançar a meta de desenvolvimento sustentável, o Pará elaborou o Plano Estadual de Bioeconomia, que promove atividades de baixa emissão de carbono através do cooperativismo e incentiva negócios ligados à socio-bioeconomia, como turismo ecológico, melhoramento genético de sementes e desenvolvimento da indústria de cosméticos e medicamentos com base no conhecimento tradicional dos povos da floresta.

“Este plano aproveita o conhecimento ancestral dos indígenas e quilombolas para impulsionar uma indústria de biomateriais. Já subsidiamos o plano nacional de bioeconomia que está sendo elaborado pelo governo federal e entregaremos o Parque de Bioeconomia da Amazônia na COP 30″, destacou Barbalho.

Compromisso com a População

O investimento em uma economia verde permite a preservação da Amazônia sem negligenciar o desenvolvimento das pessoas que vivem na região. “Temos 29 milhões de pessoas vivendo na Amazônia, e qualquer solução sustentável deve incluir essas pessoas. Precisamos construir os pilares de uma nova economia”, concluiu o governador.

O Legado da COP

O governo do Pará trabalha para que a COP 30 deixe um legado duradouro para o estado. “O maior legado da COP 30 será humano”, afirmou a vice-governadora e presidente do comitê estadual para a COP, Hana Ghassan. “Estamos investindo em obras estruturantes para resolver problemas históricos de Belém, como a falta de saneamento e alagamentos. Além disso, o programa Capacita COP 30 oferece qualificação gratuita para trabalhadores nas áreas de turismo, produção de alimentos, infraestrutura e segurança”, destacou Ghassan.

“Com 67 cursos distribuídos em polos na Região Metropolitana de Belém, Santarém, Marajó e Salinópolis, estamos certos de que a qualificação elevará a mão de obra do Pará a um novo patamar, impulsionando o turismo e melhorando a renda da população”, concluiu a vice-governadora.