A Amazônia volta a ocupar o centro do debate internacional em setembro de 2025, quando será realizado o IV Congresso da Pan-Amazônia: mudança do clima e proteção da Amazônia. O evento acontecerá nos dias 25 e 26, no Centro Universitário Dom Helder, em Belo Horizonte, reunindo pesquisadores, lideranças sociais, acadêmicos e representantes de organizações comprometidas com a defesa socioambiental da região.
Entre os participantes está a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM Brasil), instituição que atua há mais de uma década em defesa dos povos e territórios amazônicos. Representada pelo consultor jurídico Melillo Dinis, a REPAM contribuirá para os debates sobre as consequências das mudanças climáticas nos ecossistemas amazônicos, com destaque para a articulação entre ciência, políticas públicas e justiça socioambiental como caminhos para enfrentar os desafios impostos ao bioma.
Amazônia: entre vulnerabilidade e resistência
O Congresso acontece em um momento em que a Amazônia se encontra no epicentro das discussões sobre crise climática. O avanço do desmatamento, o impacto dos grandes projetos de infraestrutura e a pressão do agronegócio sobre comunidades tradicionais colocam em risco não apenas a biodiversidade, mas também a estabilidade climática global.
Nesse contexto, o evento propõe analisar como políticas públicas, pesquisa científica e o conhecimento dos povos amazônicos podem dialogar para construir alternativas viáveis de proteção da floresta. A presença da REPAM reforça a importância desse olhar integral, que não separa natureza e sociedade, mas compreende a Amazônia como um território vivo, onde o futuro da humanidade está profundamente enraizado.
A participação de Melillo Dinis ganha destaque porque conecta a dimensão jurídica à luta socioambiental. O consultor abordará como marcos legais e instrumentos internacionais podem fortalecer a preservação da Amazônia diante das mudanças climáticas. Ao lado de pesquisadores e lideranças comunitárias, o diálogo pretende apontar para soluções que combinem justiça social, proteção ambiental e reconhecimento dos direitos das populações tradicionais.
Desde sua criação, a REPAM tem se consolidado como um espaço de articulação entre comunidades amazônicas, organizações da sociedade civil e instituições eclesiais, buscando fortalecer a defesa da vida em todas as suas dimensões. Em encontros como este, a Rede reafirma seu compromisso de promover a escuta, a visibilidade e a proteção dos povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
Produção acadêmica e difusão de conhecimento
Um dos pontos altos do congresso será a submissão de drafts e artigos que, após avaliação, integrarão o livro “Mudança do Clima e Proteção da Amazônia”, publicado pela Editora D’Plácido. A obra reunirá contribuições de diferentes áreas do conhecimento, ampliando a produção acadêmica sobre os impactos da crise climática na região e propondo caminhos de enfrentamento.
Esse esforço editorial demonstra que a reflexão sobre a Amazônia vai além do ativismo e se consolida também como produção científica de ponta, conectando o saber acadêmico às urgências socioambientais do presente.
Em um cenário global cada vez mais marcado por catástrofes climáticas, os debates do IV Congresso da Pan-Amazônia chegam como um alerta e um chamado à ação. A floresta amazônica não é apenas patrimônio brasileiro, mas um regulador climático fundamental para o planeta. As decisões tomadas sobre seu futuro influenciam a estabilidade das chuvas, a segurança alimentar e o equilíbrio de ecossistemas em escala mundial.
Ao reunir pesquisadores, juristas, lideranças sociais e organizações como a REPAM, o evento mostra que a proteção da Amazônia não é tarefa de um único setor, mas um esforço coletivo que exige diálogo entre ciência, políticas públicas e saberes tradicionais.
Caminhos para o futuro
A participação ativa da REPAM reafirma que a defesa da Amazônia precisa ser compreendida em sua complexidade. É preciso ir além do combate ao desmatamento, incluindo a valorização cultural, a proteção territorial e a justiça social como pilares indissociáveis da preservação ambiental.
Assim, o IV Congresso da Pan-Amazônia se desenha como mais do que um espaço acadêmico: torna-se um fórum político, cultural e espiritual de defesa da vida. Em meio às incertezas climáticas globais, iniciativas como essa reforçam a esperança de que a floresta e seus povos possam continuar resistindo e inspirando novas formas de convivência sustentável.
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