Congresso IFC Amazônia destaca a importância da aquicultura paraense

Com apoio do Governo do Pará por meio da Secretaria de desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), a 2ª edição do Congresso Internacional de Pesca e Fish Expô Brasil (IFC Amazônia), no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, visou expandir a produção de pescado com sustentabilidade e apoiar o desenvolvimento da pesca e aquicultura na Amazônia.

O governador do Pará, Helder Barbalho, acredita que a pesca significa um importante vetor de produção de alimento e vocação do estado como protagonista na pesca artesanal e cada vez mais criando condições e crescendo a produção pesqueira no estado.

“Hoje, o Pará se consolida por um lado a maior pesca artesanal e por outra apontando para ser um maior produtor de psicultura de todo o Brasil, isto representa geração de emprego, oferta de alimento de qualidade para as pessoas e representa uma solução de sustentabilidade a partir de produções sustentáveis que garantem com que o uso da terra possa ser feito intensificando e diversificando as atividades produtivas e cada vez nós devemos apostar na atividade pesqueira no Estado do Pará”, conclui Barbalho.

Para o presidente e ex-ministro da pesca Altemir Gregolin o IFC, a melhor forma de contribuir com o pescado é mostrar que é a forma alternativa de produção de proteína para a Amazônia. “Tenho a certeza de que o Brasil será grande no cultivo do pescado, hoje somos o quarto maior produtor de tilápia do mundo, atrás apenas da China, Indonésia e Egito”.

“Aqui no Pará temos 340 mil pescadores e nós estamos ao lado do pescador” iniciou o Ministro da Pesca, André de Paula. Ele acrescentou que o Ministério da aquicultura está mais uma vez ao lado do IFC e de forma especial na 2ª edição do IFC Amazônia, porque um evento como esse é trabalhado em todos os mercados no mundo inteiro.

O evento começou (23/04) e seguiu até o dia 25 de abril, com palestras, painéis técnicos e oportunidades de negócios para fortalecer a cadeia produtiva do pescado com foco em inovação, mercado e preservação e pode ser conferido no site ifcamazonia.com.br..

O IFC reuniu líderes, autoridades, especialistas e indivíduos engajados em encontrar soluções práticas e sustentáveis para desafios, como mudanças climáticas, transição energética, mercado de carbono, pesca sustentável e produção de peixes amazônicos entre ribeirinhos, pescadores, aquicultores, estudantes e pesquisadores.

Prefeitos da Amazônia Legal debater clima e COP-30 em Belém

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Ao longo do primeiro dia, as palestras trataram sobre alternativas sustentáveis aos modelos de desenvolvimento da pesca e aquicultura, com enfoque para tendências, desafios e estratégias para a região Amazônica, especialmente considerando que Belém será palco do maior evento climático do mundo, a COP 30.

Entre as temáticas tratadas, estiveram o mercado de carbono na aquicultura e pesca; o uso de biotecnologias; e a criação de uma marca para o Pescado da Amazônia.

Em sua fala, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, INPA, Bruce Forsberg, reforçou que a piscicultura pode ser uma alternativa à bovinocultura, pois reduz as emissões de gases de efeito estufa e libera a área desmatada para reflorestamento.

“A piscicultura emite 580 vezes menos gases de efeito estufa e requer 27 vezes menos terra do que a bovinocultura para produzir um quilo de carne, o que resulta numa queda enorme de emissões de gases”, explica.

Peixes do Pará

O secretário estadual Giovanni Queiroz participou do painel “Políticas Públicas para o desenvolvimento da aquicultura e pesca na Amazônia”. Segundo ele, o evento projeta os peixes do Pará e da Amazônia no cenário nacional e internacional. A Sedap participa com equipes técnicas da Diretoria de Pesca e das coordenadorias da Aquicultura e Pesca. Também marcam presença órgãos como a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

Além dos debates técnicos e científicos, o evento contou com a participação de chefs renomados, que prepararam ao vivo pratos regionais com peixes da Amazônia. Seis chefs locais demonstraram o potencial gastronômico da biodiversidade amazônica e de seus pescados, promovendo a valorização da culinária paraense.

Semas destaca gestão comunitária dos recursos pesqueiros em seminário internacional 

 Representantes da Secretaria enfatizaram o reaproveitamento de materiais da pesca, do peixe, turismo comunitário e capacitação das comunidades para transformar resíduos em produtos de valor agregado

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) participou da 2ª edição do Congresso Internacional de Pesca e Fish Expô Brasil (IFC Amazônia), no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. O evento, realizado na sexta-feira (25), visa expandir a produção de pescado com sustentabilidade e apoiar o desenvolvimento da pesca e aquicultura na Amazônia.

Além de vencer um prêmio na categoria Políticas Públicas do Prêmio IFC Amazônia 2025, a Semas, representada pelo secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental, Rodolpho Zahluth Bastos, abriu o painel do último dia do evento com o tema “Gestão comunitária dos recursos pesqueiros – Políticas e resultados dos acordos de pesca”.

Realidade local

A Semas pontuou estratégias para fortalecer a conservação da biodiversidade e implementar políticas públicas voltadas à pesca e à economia local, priorizando o desenvolvimento da pesca artesanal. Durante o primeiro painel, o secretário-adjunto da Semas ressaltou a necessidade de um olhar de longo prazo, destacando a importância de considerar as realidades locais, como o papel da pesca nos estados do Pará e Amazonas, e de envolver as comunidades e prefeituras na cogestão dos territórios pesqueiros comunitários.

Foram abordados também o avanço dos instrumentos de apoio, como a sinalização de territórios pesqueiros, que têm o objetivo de mitigar conflitos e garantir o cumprimento das regras de pesca. A integração de práticas de governança ambiental (ESG) também foi destacada, sugerindo a colaboração entre os setores privado e público, para gerar um impacto social positivo e apoiar iniciativas destinadas ao desenvolvimento da bioeconomia ribeirinha.

“O debate sobre a gestão sustentável dos recursos pesqueiros não pode ser tratado de maneira superficial ou com visão de curto prazo. Precisamos olhar para o futuro e implementar políticas públicas que envolvam as comunidades locais, os gestores municipais e o setor privado. A sinalização de territórios pesqueiros, a capacitação das comunidades e a integração de práticas de economia circular são fundamentais para criar novas oportunidades economicamente sustentáveis para os territórios comunitários de pesca. Estamos trabalhando para que, através de projetos concretos, possamos fortalecer a economia local, melhorar a qualidade de vida das pessoas e garantir que as próximas gerações possam continuar usufruindo de um ambiente saudável e equilibrado”, frisou Rodolpho Zahluth Bastos.

Aumento do estoque

Maria Cristina Andrade integra o Instituto Igarapé Nhamundá, localizado em Oriximiná, município da Região de Integração Baixo Amazonas, oeste paraense, uma das regiões beneficiadas pelo Acordo de Pesca desde 2023.

“Estamos na área do Acordo de Pesca do Igarapé Nhamundá, e desde a implantação do Acordo percebemos uma melhora significativa nos estoques pesqueiros e na fauna aquática, incluindo o peixe-boi. A comunidade tem se conscientizado da importância dessa área regulamentada pelo governo do Estado. Esse Acordo estava parado por anos, mas foi só a partir de 2021, com o novo governo, que ele foi finalmente implementado, trazendo benefícios essenciais para a renovação dos estoques e garantindo a sustentabilidade do modo de vida da população local”, disse a moradora.

Ainda em relação à promoção de práticas de economia circular, Rodolpho Zahluth Bastos abordou o reaproveitamento de materiais da pesca, do próprio peixe, turismo comunitário e capacitação das comunidades para transformar resíduos da pesca em produtos de valor agregado como soluções para gerar oportunidades socioeconômicas.

A Semas encerrou sua participação com o técnico Kleber de Sá, painelista no Simpósio Internacional de Aquicultura, que falou sobre “Licenciamento ambiental com a nova política de desenvolvimento sustentável da aquicultura do Pará”, ao lado de Alan Pragana, coordenador de Aquicultura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).

Serviço

O IFC Amazônia 2025 ocorreu no Hangar, Centro de Convenções da Amazônia, em Belém, com Feira e Congresso, contou com o I Simpósio Internacional de Aquariofilia, em que o Projeto Aqua Brasil , uma iniciativa do MPA com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano, foi protagonista. Esse Simpósio tratou de temas como sanidade na aquariofilia, mercado internacional, gestão, associativismo e conservação.

Além de representantes do MPA, também estiveram presentes autoridades da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Unesco, Embrapa, Sebrae, BNDES e mais instituições fundamentais para a pesca e aquicultura.

A Fish Expo, feira de tecnologia e negócios, recebeu o 6º encontro de Mulheres das Águas, que traz os desafios e oportunidades do segmento, fortalecendo o espaço das mulheres.

O MPA também ira participar do 23º Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca (Conbep), que também aconteceu no Hangar, paralelamente ao IFC. O Conbep tratou da engenharia de pesca e economia azul, sustentabilidade e enfrentamento às mudanças climáticas. O secretário-executivo do MPA, técnicos e pesquisadores participaram de painéis no evento. Além do espaço Corredor do Sabor, Cozinha Show, Inova Aqua e o IFC Bio Fashion, que estreou nesta edição.