Tem gatos em casa e eles vivem brigando? O que fazer para acalmá-los

Gatos brigando em casa - Veja o que fazer para acalmá-los (2)
Gatos brigando em casa

Você ama seus gatos, mas a convivência entre eles mais parece uma guerra fria com ataques súbitos? A tensão entre felinos que dividem o mesmo território é mais comum do que parece, e muitas vezes o próprio tutor contribui — sem querer — para que o clima fique ainda mais hostil. Entender o que está por trás dessas brigas é o primeiro passo para garantir uma convivência harmoniosa entre os bichanos.

Por que os gatos brigam mesmo vivendo juntos?

Gatos são animais territoriais por natureza. Isso significa que, mesmo castrados, eles ainda carregam instintos fortes de defesa do espaço. Quando outro gato invade seu “território mental”, pode haver reações de estresse, intimidação e até agressões físicas. O problema se agrava quando o ambiente é pequeno, com poucos recursos distribuídos: um único bebedouro, uma única caixa de areia, um só poleiro.

Também há brigas por dominância, disputa por atenção do tutor, ou ainda resultado de má socialização desde filhote. Em alguns casos, uma briga entre gatos pode começar após uma visita ao veterinário — quando um dos felinos volta para casa com cheiro “estranho” e é rejeitado pelo outro.

Separar ou não? Quando intervir nas brigas

É importante diferenciar os tipos de briga. Existe a “briga de mentirinha”, que é mais um jogo de caça, onde os gatos rolam no chão, se perseguem, mas sem emitir sons agressivos nem deixar feridas. Esse tipo de interação pode até parecer violenta, mas é normal e saudável.

Por outro lado, se há miados altos, bufos, rosnados e arranhões, o alerta está ligado. Nesses casos, a recomendação é interromper o conflito com um barulho neutro — bater palmas ou sacudir uma garrafinha com moedas — e separar os gatos com segurança, nunca com as mãos.

Estratégias para promover a paz no ambiente

Organize o ambiente para evitar disputas

Distribuir bem os recursos é uma das atitudes mais eficazes. Cada gato deve ter sua própria caixa de areia, pote de ração, bebedouro e espaço de descanso. Isso diminui a sensação de disputa constante.

Se possível, crie espaços verticais com prateleiras, nichos ou arranhadores altos. Os gatos adoram observar de cima e, quanto mais espaço tridimensional disponível, menor a chance de enfrentamento.

Enriquecimento ambiental reduz o estresse

Gatos entediados são mais reativos. Brigas podem surgir por pura frustração. Por isso, investir em brinquedos interativos, esconderijos, túneis, caixas e até varinhas com penas pode ajudar a redirecionar essa energia acumulada.

Além disso, reservar momentos diários para brincar com cada gato individualmente fortalece os laços e evita que eles disputem sua atenção de forma negativa.

Use feromônios sintéticos a seu favor

Os feromônios sintéticos, como o Feliway, imitam as substâncias liberadas naturalmente pelos gatos quando estão relaxados. Difusores desse tipo ajudam a diminuir o estresse e são muito úteis durante períodos de adaptação ou em lares com múltiplos gatos.

Evite punições e gritos

A pior atitude possível é gritar, borrifar água ou castigar um gato após uma briga. Isso só aumenta a tensão e o medo, além de prejudicar sua relação com o animal. Em vez disso, prefira estratégias positivas de reforço quando os gatos se comportarem bem perto um do outro.

Como apresentar um novo gato sem causar guerra

Se você está introduzindo um novo felino em casa, tenha paciência. O processo de apresentação deve ser lento e gradual, preferencialmente com o novo gato em um cômodo separado nos primeiros dias. Troque cobertores ou brinquedos para que os dois se acostumem com o cheiro um do outro.

Aproxime-os por meio de grades ou portas entreabertas antes de permitir contato físico direto. Isso pode levar dias ou até semanas, dependendo da personalidade de cada animal. Respeitar o tempo de cada um é essencial para evitar traumas.

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Gatos brigando em casa

Castração ajuda a reduzir os conflitos?

Sim, principalmente entre machos. A castração reduz a agressividade ligada à testosterona e diminui a disputa por território e por fêmeas. Mas atenção: a cirurgia não muda a personalidade do gato. Se ele já é medroso ou ansioso, essas características permanecem. A castração deve ser vista como parte da solução, e não como solução mágica.

Quando é hora de procurar um especialista

Se as brigas persistirem mesmo com todas as tentativas, vale a pena consultar um veterinário comportamentalista. Às vezes, os gatos apresentam sinais de estresse crônico que passam despercebidos, como lambedura excessiva, urina fora do lugar ou agressividade súbita. Um profissional pode identificar o que está por trás da tensão e indicar uma abordagem personalizada — inclusive com uso de florais, mudanças no ambiente ou medicamentos, se necessário.

Mais do que evitar brigas, promover a paz entre os gatos é um exercício contínuo de empatia. Cada felino tem sua história, suas inseguranças e seu tempo. Quando você entende isso, em vez de impor convivência, cria pontes. E é aí que a harmonia finalmente acontece — não porque você obrigou, mas porque você cuidou do ambiente para que ela fosse possível.

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