Belém possui nove pontos de coleta para análise do inseto barbeiro, transmissor da doença de Chagas. Esses locais, chamados de Postos de Informação de Triatomíneos (PITs), recebem os insetos que a população encontra em casa ou em estabelecimentos e os encaminham para análise.
Os PITs são gerenciados pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), e funcionam de forma integrada com a Divisão de Controle de Endemias da secretaria. Eles estão distribuídos de maneira estratégica pelos oito distritos administrativos da cidade: Guamá (Dagua), Sacramenta (Dasac), Bengui (Daben), Icoaraci (Daico), Mosqueiro (Damos), Entroncamento (Daent), Outeiro (Daout) e Belém (Dabel).
Vale ressaltar que Belém está localizada em uma região considerada endêmica para o inseto barbeiro, o que torna a participação de todos no monitoramento fundamental para evitar a propagação da doença.
Como funciona o processo de identificação?
Caso encontre um inseto suspeito, basta levá-lo até o PIT mais próximo. Nos postos, profissionais de saúde especializados em entomologia, a ciência que estuda os insetos, analisam se o vetor é, de fato, um triatomíneo — popularmente conhecido como barbeiro — ou se trata de outro tipo de inseto inofensivo.
Edneuza Silva, agente de endemias e chefe do Setor de Entomologia da Sesma, explica como funciona o processo. “Quando o inseto chega ao PIT realizamos uma verificação inicial. Caso seja um barbeiro, ele é encaminhado para o nosso laboratório de entomologia, onde fazemos a identificação da espécie e realizamos o teste de infectividade.”
E se o inseto estiver infectado?
O laboratório de entomologia, localizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Marambaia, é responsável por analisar se os insetos estão infectados com o Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença de Chagas.
Se o teste indicar a presença do Trypanosoma, sendo ele causador da doença de chagas ou não, as equipes de endemias realizam uma inspeção detalhada no local onde o inseto foi encontrado. Esse trabalho inclui a busca por outros insetos na residência ou estabelecimento, além da análise do ambiente para identificar fatores que favorecem a presença do triatomíneo.
Os moradores recebem orientações sobre medidas de prevenção, como tampar rachaduras nas paredes, instalar telas nas portas e janelas, utilizar mosquiteiros e repelentes, evitar entulhos ao redor da casa, higienizar bem os alimentos e cozinhar adequadamente carnes, especialmente de caça.
Monitoramento e dados recentes
Nos últimos anos, a vigilância entomológica de Belém tem monitorado a presença do inseto barbeiro e do protozoário Trypanosoma cruzi. Em 2024, foram analisados 37 insetos, dos quais três testaram positivo para a presença do protozoário Trypanosoma cruzi. Já neste ano, das duas amostras entregues até momento pela população, uma testou positivo.
Onde ficam os PITs?
A população pode entregar os insetos suspeitos nos seguintes endereços:
– Laboratório de Entomologia: UBS da Marambaia, Avenida Augusto Montenegro, s/n.
– Dagua: Avenida Conselheiro Furtado, 2915 (ao lado da Ouvidoria).
– Dasac: Avenida Senador Lemos, 4295.
– Daben: Conjunto Orlando Lobato, rua Saturno, 115, Parque Verde.
– Daico: Avenida Siqueira Mendes, 781, casa 2.
– Damos: Rua Francelino Santos, 885, Farol.
– Daent: Passagem Eládio Lima, 56, Souza.
– Daout: Rua Nossa Senhora da Conceição, 13B.
– Dabel: Avenida Rômulo Maiorana, 552.