O governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou recentemente, durante o Talks COP30, em Brasília, que o Estado chega à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima como exemplo concreto de conciliação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ao apresentar o avanço das obras estruturantes, o fortalecimento da bioeconomia e o pioneirismo nas concessões de restauração florestal, Helder reforçou que a COP30 será a “COP das Soluções”, marcada por resultados práticos e mensuráveis.

“Em um ano e meio, executamos cerca de R$ 5 bilhões em investimentos e hoje temos as obras prontas. Belém está preparada para receber o maior evento diplomático do planeta e para mostrar que a Amazônia é símbolo de soluções e não apenas de problemas”, afirmou o governador.

Legado urbano e uso responsável do solo

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em uma área de mais de 23 mil m², a ETE Una foi projetada para tratar até 475 litros de esgoto por segundo, atendendo aos parâmetros estabelecidos pela legislação nacional
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em uma área de mais de 23 mil m², a ETE Una foi projetada para tratar até 475 litros de esgoto por segundo, atendendo aos parâmetros estabelecidos pela legislação nacional

Helder destacou que a preparação de Belém para a COP vai além da infraestrutura física. Representa um novo modelo de ocupação urbana e gestão do território. Entre as entregas estão a duplicação da operação do aeroporto com investimentos da iniciativa privada, o sistema BRT Metropolitano, uma ponte de 600 metros que liga áreas estratégicas da capital, a maior estação de tratamento de esgoto da história da cidade, 13 quilômetros de canais drenados e urbanizados e parques lineares que reorganizam o crescimento em torno dos rios

Sistema de transporte coletivo BRT Metropolitano
Sistema de transporte coletivo BRT Metropolitano
Aeroporto de Belém com ampliação de capacidade de voos e instalações
Aeroporto de Belém com ampliação de capacidade de voos e instalações
Porto da Ilha de Outeiro, recém inaugurado, já com os navios MSC Seaview e Costa Diadema atracados
Porto da Ilha de Outeiro, recém inaugurado, já com os navios MSC Seaview e Costa Diadema atracados
Ponte estaiada de 600 metros, ligando o Porto de Outeiro ao Parque da Cidade na COP30
Ponte estaiada de 600 metros, ligando o Porto de Outeiro ao Parque da Cidade na COP30

“Estamos construindo um modelo de desenvolvimento que concilia produtividade e integridade ambiental. O Pará é hoje um dos poucos estados brasileiros com estoque real de carbono que pode ser transformado em economia verde e repartição justa de benefícios”, afirmou.

Ele citou ainda as políticas de commodities de baixas emissões, como a pecuária rastreável — que permite acompanhar o histórico individual de cada animal — e a intensificação produtiva que evita o avanço sobre áreas de floresta. Com produtividade ampliada de uma para até três cabeças por hectare, o Estado pode triplicar o rebanho sem desmatamento, consolidando a transição de um modelo extrativista para um modelo sustentável de escala industrial.

Parque de Bioeconomia: o novo eixo da economia amazônica

Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia
Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia

O governador destacou ainda o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, inaugurado em Belém no início de outubro, como o único complexo do mundo dedicado à bioeconomia e um dos principais legados da COP30. Instalado no Complexo Porto Futuro, o Parque reúne maquinário industrial, laboratórios espaço para startups e incubadoras voltadas à transformação de insumos da floresta em biotecnologia, fármacos, cosméticos e alimentos sustentáveis, formando um ecossistema de pesquisa e negócios de impacto global.

“Queremos fazer de Belém o grande cluster da nova economia verde — o “Vale do Silício da biodiversidade”.

A nova economia verde
A nova economia verde

No lugar da extração, a bioindústria; no lugar da degradação, a restauração; e no lugar da dependência, a inovação”, afirmou.

Helder lembrou que o Pará foi o primeiro estado do país a implantar uma concessão de restauração florestal, integrando a recuperação de áreas degradadas à geração de emprego e renda. Essa nova fronteira de desenvolvimento inclui cadeias como o cacau e o açaí, que já transformam antigas áreas de desmatamento em polos produtivos sustentáveis.

“A floresta viva precisa ser fonte de valor econômico. Estamos transformando conhecimento ancestral e tecnologia em ativos reais, com governança, rastreabilidade e escala”, disse.

Complexo Porto Futuro, o Parque reúne maquinário industrial, laboratórios espaço para startups e incubadoras...
Complexo Porto Futuro, o Parque reúne maquinário industrial, laboratórios espaço para startups e incubadoras… 

Ao concluir sua participação, Helder Barbalho afirmou que a COP30 será a primeira conferência do clima sediada em uma floresta tropical, e que o Pará chega ao evento com resultados concretos em mitigação, restauração e inovação produtiva. Segundo ele, a COP será também o marco do reconhecimento internacional da Amazônia como território estratégico para o equilíbrio climático do planeta.

“O Pará apresenta à ONU um modelo integrado de infraestrutura sustentável, uso inteligente do solo e economia verde baseada na floresta. A COP das Soluções começa em Belém, mas o impacto será global”, concluiu.