No período de veraneio, quando os bancos de areia surgem e as praias começam a ter movimento, é inevitável que apareça também o lixo deixado pela população que acampa na praia ou vai apenas no final de semana para se divertir.
Duas equipes do Projeto “Gari dos Rios” coordenando pelo Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM) fazem a coleta dos resíduos que são deixados na praia e às margens do Rio Tocantins. Trata-se de um trabalho incansável para preservar o meio ambiente e manter o local agradável todos os dias, das 7h às 11h e das 13h às 17h.
Em torno de 22 agentes de conservação catam o lixo em toda a extensão da Praia do Tucunaré, armazenando em sacos que são colocados em duas embarcações de 12 metros e uma de 9 metros, utilizado para acessar área mais difíceis como grotas ou mesmo para transitar pela cidade no período das cheias. Por dia, são duas viagens de cada barco de 12 metros para levar os resíduos para a margem. Depois esses resíduos são levados a contêineres que ficam em um depósito na Avenida Transmangueiras e depois transportados ao aterro sanitário.
O fiscal do projeto, Jefferson Vasconcelos, explica que na segunda-feira a quantidade de lixo recolhido é bem maior e que só conseguem organizar totalmente na quarta-feira.
“Somente na segunda-feira passada recolhemos nove contêineres de lixo da praia, uma quantidade de 6 metros cúbicos, devido ao grande movimento de banhistas”, destaca.
Entre os materiais coletados, os mais comuns são as garrafas pet, copos, pratos, garrafas e latinhas. Além disso, são recolhidas madeiras gastas, palhas, entre outros.
Segundo Jefferson, esse trabalho é essencial, pois colabora com a limpeza do meio ambiente e evita que o rio fique ainda mais poluído. Ele faz um alerta importante: “Muita gente não tem consciência e joga lixo na água. Eu como morador, filho da Marabá Pioneira, fico triste com essa situação. A maioria deixa o lixo bagunçado, até mesmo com egoísmo de pensar que porque a gente está trabalhando todos os dias a gente é obrigado a cuidar da bagunça deles”, comenta.
Além de resíduos, as equipes do SSAM fazem a limpeza dos banheiros químicos espalhados pela praia. “Todos os dias é feita a retirada dos dejetos dos banheiros com uma bomba e transferidos para um tambor de 1.000 litros que fica no jerico. Após isso, o tambor é transportado para a margem, dentro de um dos nossos barcos e depois é colocado no caminhão limpa-fossa”.
O agente de conservação, Antônio Pereira, já está há cinco anos nesse serviço e reforça que é importante a colaboração de todos.
“O pessoal deveria ser mais educado, trazer seus sacos, amarrar, colocar separado, que a gente passa todo dia coletando. Às vezes as pessoas ainda reclamam, mas a gente não consegue coletar tudo tão rápido. E ainda acontecem os acidentes, os colegas cortam as mãos, por exemplo. Todo ano a prefeitura coloca as lixeiras. Coloque seu lixo na sacola, amarra e se não couber tudo, coloca do lado que todo dia a gente passa recolhendo. Ajudem a gente e a natureza que todo mundo precisa do lazer”, argumenta.
Uma das usuárias da praia, a aposentada Maria da Conceição, está acampada com a família e elogia o serviço de limpeza.
“Estou achando muito bom. Hoje eles já passaram, fizeram a limpeza, perguntaram se tinha lixo, não tem mais, já cataram tudo. Venho poucas vezes aqui, mas toda vez que eu venho eles passam fazendo a limpeza. A gente junta tudo na sacolinha, eles passam e pegam tudo. Nós que temos que limpar. A praia é para nós, nós temos que deixar limpa”, enfatiza.
Os plásticos são os grandes responsáveis pela destruição da vida aquática do planeta, chegando a levar até 450 anos para se decompor, uma lata de alumínio demora em torno de 200 anos e um copo de isopor 50 anos. Por isso é importante que as pessoas se conscientizem e se responsabilizem pelo descarte correto do lixo que produzem.