Instituído pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Dia Mundial da Infância, celebrado nesta quinta-feira, 21, foi criado para promover uma reflexão sobre a defesa dos direitos das crianças, entre os quais está o direito à saúde.
Desde o pré-natal, passando pelo nascimento, período neonatal até o fim da infância, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) mantém serviços que permitem o acesso à saúde de milhares de crianças atendidas pela instituição. A gerente de ambulatório da Santa Casa, Elineth Braga, ressalta alguns dos aspectos que diferenciam o atendimento ambulatorial prestado às crianças na Fundação.
“O ambulatório de pediatria da Santa Casa conta com um corpo técnico de médicos e demais profissionais da saúde altamente qualificados. Especialidades voltadas à pediatria garantem assistência humanizada e de qualidade às crianças de todo o Pará, chegando a receber inclusive pacientes de outros estados do norte do país. Apenas em 2023 foram realizados mais de 36 mil atendimentos, garantindo assistência 100% SUS à população. O diferencial do nosso serviço de pediatria, além das especialidades de ponta, certamente é o comprometimento e a humanização de uma equipe que ama o que faz e é consciente de suas responsabilidades”, afirma.
Quando se trata apenas do atendimento neonatal, período que vai do nascimento até o 28º dia de vida da criança, no qual a Santa Casa é referência em todo o Estado, somados os atendimentos ambulatoriais e de internação nas Unidades de Cuidados Intermediários e Terapia Intensiva, totalizaram 16.495 atendimentos.
Um cuidado interdisciplinar que visa o melhor começo de vida e uma atenção especializada aos recém-nascido prematuro e de baixo peso.
“Nós temos médico, enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, todos fazendo parte da equipe multiprofissional para acompanhar toda a linha de cuidado deste bebê e fazer o acolhimento da família, que acompanha, desde a UTI até a enfermaria canguru e a alta, todos os cuidados prestados ao recém-nascido. E o nosso cuidado sempre é o cuidado humanizado. Nós temos vários protocolos de humanização, como a manipulação essencial, na qual se evita manipular o prematuro várias vezes, a redução do barulho, a menor luminosidade possível no local de internação e também a orientação para que, sempre que possível, o bebê fique em posição canguru, mesmo estando na UTI”, informa a médica Salma Saraty, coordenadora do setor de neonatologia da Santa Casa.
Para oferecer o melhor atendimento possível ao público neonatal, a instituição recebe investimentos governamentais em equipamentos e infraestrutura modernos e também frequente capacitação dos profissionais sobre o método de atendimento humanizado ao recém nascido de baixo peso, o Método Canguru, capacitação sobre aleitamento materno e a capacitação sobre reanimação neonatal voltadas para os funcionários e para os residentes da Residência de Pediatria e de Neonatologia da Santa Casa.
“O nosso cuidado com o recém-nascido é o cuidado integral e humanizado, baseado no método canguru. A primeira etapa se dá na UTI ou UCI, a segunda etapa se dá na enfermaria canguru, onde ele já fez todos os tratamentos e vai para a enfermaria canguru só para ganho de peso e para treinamento e amamentação. E quando ele atinge 1,7 kg, ele vai para a terceira etapa do método canguru, que é chamada desospitalização. E fica ele sendo acompanhado semanalmente, observando a amamentação e ganho de peso, até que ele atinja 2,5 kg quando ele sai realmente de alta e vai para o ambulatório do prematuro, onde ele vai acompanhar o seu crescimento e desenvolvimento até os 4 anos de idade”, explica a médica.
O período neonatal, que vai de 0 a 28 dias, é considerado um dos mais delicados na vida da criança que não tem todo o sistema imunológico formado e portanto precisa do contato pele a pele na primeira hora com a mãe e também da amamentação na primeira hora para auxiliar a formação do sistema imunológico, o desenvolvimento do sistema imunológico.
Além desse período, a etapa da infância, que vai de 0 a 1 ano de idade, também é considerada um período delicado na vida de uma criança, pois além do sistema de defesa do organismo ainda estar em formação, é nessa fase que há o maior crescimento e desenvolvimento cerebral. Nesse período, os cuidados com a saúde da criança devem ser redobrados, com atenção a uma boa alimentação, a vacinação, consultas regulares, proteção contra violências e acidentes, e muito afeto.
No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança que abrange os cuidados com a criança da gestação aos 9 anos de idade, com especial atenção à primeira infância ( os seis primeiros anos de vida) e às populações de maior vulnerabilidade. A política visa à redução do adoecimento e mortes de crianças e uma vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.
Veja os direitos da criança listados pelo Ministério da Saúde:
1. Ser registrada gratuitamente.
2. Realizar o teste do pezinho entre o 3º e o 5º dia de vida.
3. Ter acesso a serviços de saúde de qualidade.
4. Ter acesso à escola pública e gratuita perto do lugar onde mora.
5. Receber gratuitamente as vacinas indicadas no calendário básico de vacinação.
6. Ter direito de viver intensamente a infância.
7. Ter acesso à água potável e alimentação adequada.
8. Ser acompanhada em seu crescimento e desenvolvimento.
9. Ser acompanhada pelos pais durante a internação em hospitais.
10. Viver em um lugar limpo, ensolarado e arejado.
11. Ter oportunidade de brincar e aprender.
12. Viver em ambiente afetuoso e sem violência.