Você já pensou que a jornada de leitura começa ainda no útero? É essa a proposta do projeto “Baú das Histórias”, que promove práticas educacionais para introduzir o livro na vida do leitor desde a mais tenra idade. A iniciativa é uma realização do Sistema Municipal de Bibliotecas (Sismube), vinculado à Secretaria Municipal de Educação (Semec).
O “Baú das Histórias”, um projeto pedagógico inovador na região Norte, defende que a criança, mesmo no útero, interage com o ambiente e cria cultura. “Este projeto reforça a expansão de políticas públicas que garantem o acesso ao livro, à leitura e à literatura desde a primeira infância, especialmente em locais onde isso ainda está em fase inicial”, afirma Andréa Cozzi, coordenadora do Sismube.
Andréa explica que tornar a leitura uma rotina diária desde a primeira infância é crucial para fortalecer as discussões sobre a formação do leitor e as práticas de incentivo à leitura. “É importante ressaltar que a leitura literária é um espaço privilegiado para o desenvolvimento das crianças, dada a variedade de oportunidades de interação e uso de diversas linguagens expressas na arte de contar, mediar e encenar histórias”, destaca Andréa.
O guia do projeto foi distribuído a todos os espaços educacionais da Semec no início do ano, reforçando e fortalecendo a leitura como parte da rotina dos jovens leitores.
“O projeto abrange toda a rede municipal de Educação, mas se concentra principalmente na Educação Infantil. Nesse período, por meio dos gestos iniciais de leitura, bebês e crianças pequenas encontram no livro um lugar que os acomoda e permite dar sentido ao que antes parecia caótico: o mundo que exploram constantemente, por meio dos sentidos”, acrescenta a professora Ayholândia Moraes, referência técnica do Sismube.
Redário literário: valorizando a cultura amazônica no incentivo à leitura
Na Amazônia, a rede também é perfeita para um momento agradável de leitura, com um toque tipicamente paraense. Amplamente utilizada entre as populações da região, a rede – uma cultura dos povos indígenas – se tornou em Belém mais um instrumento de incentivo à leitura.
Inspirada na realidade vivida nas áreas de campos, águas e florestas, a Semec adotou a prática pedagógica que promove a interação entre a comunidade escolar e a família, navegando pelo mundo mágico e encantador da leitura e da escrita: o redário literário, já implementado na Escola Municipal de Educação do Campo (Emec) Cotijuba, localizada na ilha de mesmo nome.
A secretária municipal de Educação, Araceli Lemos, enfatiza que “ler no balanço da rede faz com que essas crianças se sintam acolhidas em sua própria casa, e não em um espaço estranho à sua realidade ribeirinha”. Ela destaca que os projetos desenvolvidos na escola, com especial atenção à territorialidade dos pequenos, estão associados a um dos princípios da educação do campo instituída nesta gestão, pela Prefeitura de Belém.