O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da COP 28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ressoa como um chamado urgente à ação. Ele destaca a necessidade de atitudes concretas para combater as mudanças climáticas e as desigualdades socioeconômicas.
A Urgência da Mudança Climática
Lula citou a queniana Wangari Maathai, vencedora do prêmio Nobel da Paz, que sintetizou o dilema da humanidade em sua relação com a natureza: “A geração que destrói o meio ambiente não é a geração que paga o preço”. Ele destacou que 2023 já é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos e que a humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes.
No Brasil, a Amazônia enfrenta uma das mais trágicas secas de sua história, enquanto o Sul do país sofre com tempestades e ciclones que deixam um rastro inédito de destruição e morte. O presidente Lula enfatizou que a ciência e a realidade mostram que a conta da mudança climática chegou antes do esperado.
A Necessidade de Atitudes Concretas
O Chefe de Estado criticou a falta de cumprimento dos acordos climáticos e a negligência das metas de redução de emissão de carbono. Ele também destacou a necessidade de auxílio financeiro aos países pobres e criticou os discursos eloquentes e vazios que não se traduzem em ações concretas.
Ele questionou o comprometimento dos líderes mundiais em salvar o planeta e apontou que, somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas. Essa quantia poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática.
A Injustiça Climática
O presidente Lula destacou a injustiça climática, apontando que o 1% mais rico do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% da população mundial. Ele ressaltou que a conta da mudança climática chegou primeiro para as populações mais pobres, como os trabalhadores do campo e os moradores das periferias das grandes cidades.
O Compromisso do Brasil
Ele também afirmou que o Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ele mencionou que o país ajustou suas metas climáticas, que são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos. Além disso, o Brasil reduziu drasticamente o desmatamento na Amazônia e tem planos de zerá-lo até 2030.
O discurso do presidente Lula na COP 28 é um chamado à ação. Ele destaca a urgência da mudança climática, a necessidade de atitudes concretas, a injustiça climática e o compromisso do Brasil em liderar pelo exemplo. É um lembrete de que todos nós temos um papel a desempenhar na luta contra as mudanças climáticas e as desigualdades socioeconômicas.