A rota que liga Belém a Viseu — quase 460 quilômetros de floresta, história e esperança — trouxe ao Pará um novo passo rumo a uma era de turismo e conservação integrados. A Trilha Amazônia Atlântica, agora oficialmente reconhecida como o maior percurso sinalizado da América Latina, ganhou importante distinção no Prêmio Nacional de Turismo 2025, na categoria “Trilhas de Longo Curso como Vetores de Desenvolvimento Turístico”. Mais do que um prêmio, o reconhecimento é um sinal de que o Pará começa a ocupar o lugar de destaque que merece no mapa do ecoturismo brasileiro.

Foto: Divulgação - Ag. Pará

O mérito não é apenas da extensão do caminho, mas da forma como ele foi construído: por parcerias entre sociedade civil, governo estadual e federal, comunidades tradicionais, voluntários e pequenos empreendedores. A iniciativa articula o trabalho da Rede Brasileira de Trilhas com o apoio técnico e institucional do Ideflor-Bio e a chancela do Ministério do Meio Ambiente. Esse conjunto demonstra que o cuidado com o meio ambiente e a promoção de desenvolvimento sustentável não são incompatíveis — pelo contrário, caminham juntos.

Foto: Divulgação - Ag. Pará
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Em novembro de 2025, durante a COP30, a Trilha foi lançada oficialmente. Pela primeira vez, um trajeto de longo curso amazônico recebeu sinalização padronizada, mapas e infraestrutura mínima para garantir segurança aos caminhantes e ciclistas, além de respeito ao patrimônio natural. A trilha agora é acessível não apenas a aventureiros experientes, mas a quem busca vivenciar a Amazônia de forma consciente, com responsabilidade e respeito.

Percorrer a Amazônia que se revela na rota é mais do que caminhar por selva e rios: é atravessar paisagens variadas, conhecer modos de vida plurais, vivenciar a cultura de quilombos e comunidades tradicionais, e valorizar produtos locais. A rota conecta Belém e Viseu, cruzando municípios como Ananindeua, Castanhal, Santa Izabel do Pará, Capanema e Bragança — cada trecho abriga uma parte da rica tapeçaria paraense, com florestas, rios, comunidades, saberes ancestrais, artesanato, gastronomia e hospitalidade.

Além da beleza natural e da diversidade cultural, a Trilha também aposta no fortalecimento econômico das comunidades que vivem ao longo do percurso. Com a integração da plataforma eTrilhas — aplicativo que reúne serviços, hospedagens, restaurantes e prestadores locais — turistas passam a ter à mão um guia completo e atualizado. Através de QR-codes instalados em estabelecimentos parceiros, é possível localizar opções de estadia, alimentação e transporte, facilitando a logística e garantindo que a renda gerada reverta diretamente para as populações locais.

Foto: Divulgação - Ag. Pará
Foto: Divulgação – Ag. Pará

A premiação recebida no Prêmio Nacional de Turismo 2025 reforça o protagonismo do Pará no cenário nacional de turismo e conservação. Para os idealizadores, esse reconhecimento simboliza o esforço coletivo, a maturidade do setor e a confirmação da trilha como rota estratégica de desenvolvimento sustentável. A Trilha Amazônia Atlântica representa não apenas um caminho físico, mas um símbolo de esperança — uma chance de transformar ecossistemas preservados em território de vida, história e futuro.

Com essa conquista, o Pará se consolida como destino para quem busca mais do que turismo: quem busca conexão com a natureza, reconhecimento cultural, respeito pelos povos tradicionais e compromisso com o futuro. A Trilha Amazônia Atlântica mostra que é possível proteger a Amazônia e, ao mesmo tempo, promover uma economia local justa e sustentável.