Visibilidade global e público recorde
Inaugurado recentemente, o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, situado no complexo Porto Futuro, em Belém, rapidamente se transformou em um dos principais centros de atração do Norte do país. Com mais de 13 mil visitantes em pouco mais de um mês, o local não é apenas um ponto de visitação: tornou-se símbolo da capacidade da floresta de gerar inovação, oportunidades de negócios e inspiração para quem busca modelos sustentáveis de desenvolvimento.

A presença do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, conferiu projeção internacional ao empreendimento, reafirmando o protagonismo do Pará no cenário da bioeconomia. Durante a COP30, o parque sediou debates, painéis e palestras com mais de 30 expositores, totalizando cerca de 40 horas de programação. Temas como sociobioeconomia, mercado de produtos florestais, inovação e tecnologia estiveram em destaque e atraíram a atenção de empresários, pesquisadores e entidades do Brasil e do exterior.
Inovação e produção sustentável: da floresta à tecnologia
O grande diferencial do Parque está em seu laboratório-fábrica, instalado no Armazém 6. Ali, pesquisadores, empreendedores e comunidades tradicionais trabalham na prototipagem, processamento e produção experimental de alimentos, cosméticos e químicos finos a partir de insumos amazônicos — cascas, sementes, plantas e substâncias extraídas da floresta que, até então, tinham uso limitado.
Essa estrutura técnica — rara no país — permite que a biodiversidade seja transformada em valor econômico sem comprometer o ecossistema. Para a gestão pública, esse é um passo decisivo: transformar o que a floresta oferece em oportunidades reais de emprego, renda e inovação, ao mesmo tempo em que se preserva o bioma. Conforme declarou o governador do Pará, o parque representa “um marco histórico” — uma infraestrutura de nível global que une tecnologia, empreendedorismo e compromisso com a floresta.
Para a secretaria-adjunta de Bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará (Semas), o espaço prova que é possível conciliar bioeconomia florestal e urbana, com geração de valor, justiça social e preservação ambiental.

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Conexões internacionais: da Amazônia para o mundo
O Parque não é apenas uma vitrine local, mas um canal de interlocução global. Durante a COP30 e nas semanas seguintes, recebeu delegações internacionais e representações de instituições que atuam globalmente em temas ambientais e de desenvolvimento sustentável. Entre os visitantes estiveram representantes da Coalizão LEAF, uma iniciativa público-privada global voltada à proteção florestal, sinais de que a Amazônia está sendo cada vez mais vista como parceira-chave em agendas climáticas internacionais.
Além disso, o parque sediou encontros com o vice-presidente executivo do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina, e com autoridades de diferentes governos, reforçando que o centro de bioeconomia deve ser um hub de financiamento, cooperação e transformação estrutural. Um dos resultados desse movimento foi um memorando de entendimento assinado entre o Governo do Pará e o estatal do estado da Califórnia (EUA), visando cooperação em prevenção e combate a incêndios florestais, proteção territorial e fortalecimento de comércio sustentável de insumos amazônicos — um exemplo de que a Amazônia pode integrar redes globais de ciência, tecnologia e economia.

Um novo paradigma: floresta viva, comunidades fortes, economia de futuro
Mais do que um espaço físico, o Parque funciona como símbolo de um modelo alternativo de desenvolvimento: aquele que considera o valor da biodiversidade, a dignidade dos povos da floresta e as possibilidades de prosperidade sem devastação. A infraestrutura, os laboratórios, os acordos internacionais — tudo isso converge para consolidar a ideia de que a Amazônia pode gerar riqueza, inovação e oportunidades sem abrir mão da preservação.
Para as comunidades tradicionais, pequenos produtores e empreendedores locais, o Parque representa uma janela de possibilidades reais: valorização do conhecimento ancestral, acesso a tecnologia, capacitação, geração de renda e participação em cadeias de valor com alcance nacional e internacional. Para cientistas e investidores, é uma aposta em biodiversidade, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Para o Brasil e o mundo, é um experimento ambicioso: provar que é possível conciliar floresta em pé e progresso.
Com o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia ativo, a Amazônia hoje não é apenas território de recursos naturais — é território de ideias, de futuro, de dignidade. Em Belém, nessa encruzilhada entre tradição e modernidade, floresce o novo rosto da bioeconomia global.






























