Relatório da ONU revela que planos nacionais de ação climática são inadequados para frear aumento da temperatura em 1,5ºC e metas do Acordo de Paris; secretário-geral pede “supernova” de ambição na COP28, enfatizando a necessidade de medidas urgentes para evitar impactos climáticos.
Um novo relatório da ONU sobre Mudanças Climáticas revelou que os planos nacionais de ação climática dos países estão muito aquém do necessário para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Segundo o documento, as emissões globais de gases de efeito estufa devem aumentar 9% até 2030, em comparação com os níveis de 2010, o que levaria a um aumento da temperatura global muito acima da meta de 1,5ºC estabelecida pelo Acordo de Paris.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu uma “supernova” de ambição climática em todos os níveis e setores da sociedade. “Progresso de polegada a polegada não será suficiente”, disse ele, acrescentando que é preciso reduzir as emissões em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019.
O relatório também mostrou que, embora alguns países tenham aumentado seus esforços, ainda há uma grande lacuna entre as promessas e as ações climáticas. O secretário-executivo da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, criticou os governos por darem passos tímidos para enfrentar a crise climática. Ele cobrou “passos audaciosos” na COP28 em Dubai, que deve ser “um ponto de virada claro” para o clima.
Stiell afirmou que o relatório de Avaliação Global lançado pela ONU sobre Mudanças Climáticas este ano apresenta uma ampla gama de ferramentas e soluções propostas pelos países, mas que elas precisam ser implementadas com urgência. Ele disse que bilhões de pessoas esperam ver seus governos pegarem essa caixa de ferramentas e colocá-la para funcionar.
O presidente escolhido para liderar a COP28, Sultan Al Jaber, também destacou a necessidade de “agir com maior ambição e urgência” para atingir as metas do Acordo de Paris. Ele disse que “não há mais tempo para atrasos” e que a COP28 “deve ser um ponto de virada histórico” para ampliar o compromisso e a ambição em busca aos resultados que mantenham a meta de 1,5ºC ao alcance.