O acervo da história do grupo teatral Cena Aberta está em exposição no Teatro Popular Nazareno Tourinho, no bairro da Cidade Velha. A abertura da mostra que conta detalhadamente a vida de um dos maiores grupos teatrais do estado foi realizada na noite desta quarta-feira, 23.
A exposição retrata os 23 espetáculos produzidos pelo grupo, com fotografias, recortes de jornais da época, vídeos com entrevistas e depoimentos de cada encenação. O projeto é uma realização do Instituto Maré Cheia (Imaré), com apoio da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel).
“Estamos conseguindo ver esse projeto executado. Já são 47 anos desde a fundação do grupo e temos aqui alguns que participaram dessa trajetória. É muito emocionante. Essa memória aqui não pode ser desprezada”, comentou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
Histórico – A trajetória do grupo Cena Aberta é retratada na exposição de forma cronológica, começando em 1976, ano de fundação do grupo e da primeira apresentação com a peça “Quarto de Empregada”, no Theatro da Paz.
O visitante pode fazer um tour histórico em cada ano de apresentação do grupo até chegar a última, em 1991, com a peça “Mulher Dilacerada”, que trazia como protagonista Margaret Refkalefsky e tinha direção de Cezar Machado para o texto cujo nome original é Mulher Desiludida, de Simone de Beauvoir, publicado em 1967.
Acervo
Todo o acervo foi organizado durante 16 anos por Luiz Otávio Barata, um dos fundadores do Cena Aberta, e que faleceu em 2006. “O Luis Otávio guardou todas as fotografias, jornais. Ele pensou nas outras gerações. Aqui tem a seleção de um grande acervo. O Cena Aberta usou textos da região, nacionais, discutiu a questão do seu tempo. Era uma escola informal de teatro”, informou Margaret Refkalefsky.
O grupo surgiu durante a Ditadura Militar, fundado também por Margareth Refkalefsky, Zélia Amador de Deus e Walter Bandeira. A influência dos textos da dramaturgia brasileira e de clássicos da dramaturgia mundial, como Jean Genet, Santo Agostinho, Friedrich Nietzsche e Flávio de Carvalho, foi um dos pilares do Cena Aberta, que conseguiu também ser pioneiro na estética espacial de suas encenações.
“É uma parte da história do nosso teatro aqui no estado do Pará. Foi um projeto lindo desenvolvido pelo Maré Cheia”, afirma Zélia Amador de Deus.
Serviço – A exposição ficará aberta entre os dias 23 de agosto e 27 de outubro. De terça à sexta-feira, em dois horários, das 9h às 12h, e das 14h às 17h. Já aos sábados das 9h às 11h. A entrada é gratuita.
O Teatro Popular Nazaré Tourinho fica localizado na Praça do Carmo, n° 48, no bairro da Cidade Velha.