O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou satisfação com o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nesta sexta-feira (1º). “O PIB superou nossas expectativas. No início do ano passado, esperávamos um crescimento superior a 2%, mas quase alcançamos 3%”, disse ele aos repórteres em São Paulo. “Terminar com 2,9% é muito positivo para o Brasil”, acrescentou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje o resultado do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. De acordo com o IBGE, o PIB cresceu 2,9% em 2023, totalizando R$ 10,9 trilhões. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.
O crescimento do PIB no ano foi impulsionado por um aumento recorde de 15,1% no setor agropecuário, o maior desde o início da série histórica da pesquisa em 1995. Os setores da indústria (1,6%) e de serviços (2,4%) também registraram aumentos.
“No ano passado, não foi o investimento que impulsionou o crescimento. Foi o setor agrícola, o consumo das famílias, o consumo do governo e as exportações. Mas o investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução. E agora queremos criar um ambiente propício para que o empresário invista, pois é esse investimento que melhora as condições da economia”, argumentou o ministro.
Haddad disse que a expectativa do governo é que o crescimento em 2024 seja de 2,2%. “Estamos sendo cautelosos em nossas projeções”, observou. “Se a inflação continuar controlada, a política monetária for ajustada e, com o esforço adicional que o Ministério da Fazenda tem feito com o Congresso, acredito que – a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano – as coisas comecem a melhorar significativamente. E de maneira estrutural”, especificou.
Na entrevista, o ministro também disse que o governo projeta que a indústria possa crescer este ano. “Prevemos uma melhora na indústria para este ano. Há sinais consistentes de que haverá melhora e acredito que também será impulsionada pelo investimento. Acredito que teremos um bom ano para a indústria. E tenho muita fé na construção civil, que tem tudo para decolar este ano”, afirmou.
Reunião do G20 O ministro voltou a falar hoje sobre a falta de consenso para a elaboração de um documento final sobre a trilha de finanças do G20, um fórum de cooperação econômica internacional criado em 1999 e composto por 19 países. O evento ocorreu em São Paulo durante esta semana. Haddad disse que, apesar de ter havido consenso nos temas financeiros, os conflitos geopolíticos impediram a elaboração de um documento final da trilha de finanças do G20.
O ministro da Fazenda relatou que foi informado de que uma palavra específica teria causado o impasse e provocado discussões na elaboração do documento.
“Fui informado de que, no final do processo, a expressão Guerra na Ucrânia definiu se haveria ou não um consenso. Isso depois de dias de negociação para o comunicado. Foi completamente consensual em relação a toda a trilha financeira. Na trilha financeira não houve disputa. O que foi colocado no documento foi validado pelos membros do G20”, disse Haddad.
E concluiu: “o documento da trilha financeira foi todo discutido ao longo dos dias e estávamos todos seguros de que ele seria assinado. Mas, no último período, nos deparamos com essa questão que imaginávamos que poderia ter sido resolvida [na trilha diplomática] e não foi. Essa não me parece uma questão menor. Não é. Aliás, é mais importante garantir o processo de paz nas regiões de conflito”.