Festival do Açaí de Jutuba movimenta a cadeia produtiva e vai virar documentário


O tradicional Festival do Açaí da Ilha de Jutuba animou moradores e atraiu muios visitantes ao local neste sábado, 28.  A festa realizada na comunidade contou com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Casa Escola da Pesca (Cepe), que é vinculada à Fundação Escola Bosque (Funbosque), promovendo o fortalecimento, através do incentivo à cadeia produtiva local e divulgando a cultura da região.

A programação contou apresentação de grupos culturais regionais e a já tradicional competição para ver quem toma açaí mais rápido, roi o caroço e debulha o cacho da fruta.

A técnica de enfermagem, Lauriane Queiroz, conta que essa foi uma oportunidade de conhecer a Ilha e ficou encantada com a beleza natural de Jutuba. “Adoro conhecer lugares novos, quando fiquei sabendo do Festival de Açaí em uma ilha perto de Belém, quis logo participar. Foi uma experiência maravilhosa. O açaí tava uma delícia e um povo muito acolhedor. Ano que vem eu venho de novo”, informou a visitante.

Curso de Gastronomia da Funbosque ajudou nos preparativos

Os moradores bateram cerca de 140 litros de açaí que foram servidos em vasilhas de cerâmicas produzidas pelos alunos de recursos pesqueiros, na Ecomuseu da Amazônia. Também foram preparados pelos alunos do curso de Gastronomia da Funbosque, sob a supervisão do professor Ricardo Simões, 80 kg dos peixes filhote e dourada, na marinada feita com cachaça, chicória, alfavaca, pimenta-do-reino e sal.

“É uma grande satisfação ter o incentivo da Escola Bosque para retomarmos o nosso Festival do Açaí. Fico muito feliz de ver a nossa ilha recebendo visitantes nessa festa que vai gerar renda para o nosso povo”, afirma Rosa Albuquerque, de 65 anos, que mora há 51 anos na ilha de Jutuba, onde criou nove filhos e ainda ajuda a criar 20 netos.

Projeto Circuito Cine Pesca

Também foi realizada a gravação de um documentário, que vai exibir a história dos moradores da ilha, suas tradições e o festival. A ação faz parte do projeto Cine Pesca, coordenado pelas professoras Renata Aguiar e Rosangela Amador, com incentivo do Prêmio Mergulho, promovido pela Fundação Cultural do Pará.

Segundo a professora da Cepe, Rosangela Amador, o  evento visa fortalecer a comunidade. “Essa iniciativa é para que eles tenham autonomia de realizar outros festivais valorizando a cultura local com ações de sustentabilidade. Dentro do festival entra o Cine Pesca, onde os alunos da Cepe fazem a filmagem de tudo e vão produzir um documentário sobre a Ilha de Jutuba”, explicou.

“Sou morador da ilha de Mosqueiro e faço a segunda totalidade, na Casa Escola da Pesca. Está sendo muito gratificante participar de um projeto de cinema onde eu estou aprendendo como manusear uma câmera, como editar e o mais importante, poder conhecer histórias de outras pessoas, através das entrevistas que estamos fazendo para o documentário”,  contou Flávio Brito, de 20 anos.

Os alunos participaram de oficinas de formação cineclubista e produção audiovisual ministradas pelo coordenador do Cine Curau, Mateus Moura, que abordou a história do cineclube, linguagem técnica da utilização da câmera, ângulo , filmagem e na próxima semana vão realizar a edição do vídeo.