Em 2025, Belém assume um papel de destaque no cenário internacional ao sediar eventos estratégicos que unem cultura, ciência e meio ambiente. A cidade será palco da abertura institucional da Temporada França-Brasil 2025, um programa de cooperação cultural e científica que fortalece as relações entre os dois países em um ano especialmente simbólico para a capital paraense, que se prepara para receber a COP 30.
O primeiro grande marco dessa agenda é o seminário científico “Conexões Amazônicas: Pesquisas Colaborativas entre o Brasil e a França”, que acontecerá no Museu Paraense Emílio Goeldi entre os dias 26 e 28 de agosto. A proposta do encontro vai além da troca de experiências acadêmicas: ele pretende articular saberes tradicionais, ciência contemporânea e questões socioambientais urgentes. A expectativa é reunir pesquisadores, lideranças comunitárias e artistas em um diálogo que reflita a pluralidade da Amazônia e sua relevância no debate global sobre sustentabilidade.
Logo em seguida, Belém receberá a 2ª Bienal das Amazônias, entre 29 de agosto e 30 de novembro, no Centro Cultural Bienal das Amazônias – espaço recém-criado para valorizar a arte e o pensamento amazônicos. O evento reunirá exposições, debates, residências artísticas e ações educativas que conectam o público local e internacional. O diferencial desta edição é a expressiva presença francesa, que amplia o caráter intercultural da bienal e fortalece o diálogo entre a Amazônia e o mundo. Essa parceria demonstra como a arte pode ser também uma linguagem diplomática e política, capaz de aproximar sociedades em torno de valores comuns.
VEJA TAMBÉM: Setembro em Belém vibra com eventos do Círio de Nazaré 2025
Ambos os eventos não surgem isolados, mas inseridos em uma estratégia maior de reposicionamento de Belém como polo cultural, científico e inovador. A proximidade da COP 30 torna ainda mais relevante a realização dessas atividades, pois a cidade já se projeta como vitrine internacional para as discussões sobre o futuro da Amazônia. O calendário evidencia como a capital paraense pode, ao mesmo tempo, ser guardiã das tradições locais e espaço de vanguarda para a produção de conhecimento e arte.
A Temporada França-Brasil 2025 é fruto de um esforço coletivo que reúne instituições de grande prestígio. Do lado brasileiro, participam o Instituto Guimarães Rosa, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e o Governo Federal. A iniciativa conta ainda com o apoio de parceiros franceses, além de patrocinadores públicos e privados que garantem a dimensão e a sustentabilidade do projeto. Esse arranjo institucional reforça a ideia de que ciência e cultura precisam de pontes sólidas entre países e setores para prosperar.
Mais do que uma celebração artística ou um encontro acadêmico, a temporada em Belém aponta para algo maior: o reconhecimento da Amazônia como território estratégico para pensar o século XXI. Seja nos debates sobre biodiversidade, mudanças climáticas ou nas expressões artísticas que emergem da floresta e das cidades amazônicas, o que se coloca em jogo é a possibilidade de construir modelos de cooperação internacional que valorizem a diversidade cultural e a responsabilidade ambiental.
Ao abrir suas portas para pesquisadores, artistas e o público em geral, Belém se consolida como centro de convergência entre tradição e inovação. Os diálogos previstos para os eventos não apenas fortalecem a cooperação franco-brasileira, mas também lançam luz sobre o papel da Amazônia no futuro comum da humanidade. O encontro entre ciência moderna, saberes ancestrais e arte contemporânea pode gerar caminhos inéditos de compreensão e transformação, capazes de inspirar políticas públicas, pesquisas e criações que ultrapassem fronteiras.
Assim, a Temporada França-Brasil 2025 em Belém não é apenas um marco no calendário cultural da cidade, mas um passo decisivo para consolidá-la como referência global em cultura, ciência e sustentabilidade.