A Amazônia, conhecida por sua vasta biodiversidade, é um tesouro de plantas medicinais que têm sido usadas por gerações para tratar uma variedade de condições de saúde. Mesmo aqueles que vivem em áreas urbanas da Amazônia estão familiarizados com esses remédios naturais, que vão desde infusões de sementes de jucá para curar feridas, até o óleo de copaíba, um poderoso anti-inflamatório.

Tradição Oral e Ciência

Embora muitas dessas práticas sejam baseadas na tradição oral, transmitida de geração em geração, cientistas de diversas áreas estão se dedicando ao estudo dessas plantas. O objetivo é validar a segurança e eficácia desses remédios naturais, garantindo que possam ser usados de maneira responsável e eficaz.

Um exemplo disso é o I Simpósio Paraense de Plantas Medicinais da Amazônia (SPPMA), organizado pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). Este evento pioneiro reúne especialistas, pesquisadores e defensores da medicina tradicional e científica para explorar as riquezas naturais e os usos medicinais das plantas da Amazônia.

A Integração da Medicina Tradicional e Acadêmica

O professor Pablo Luis Figueiredo, do Departamento de Ciências Naturais da Uepa, explica que o simpósio busca promover a integração entre a medicina tradicional amazônica e o ambiente acadêmico. Isso visa à preservação cultural, troca de conhecimentos e avanço na pesquisa científica relacionada a plantas medicinais na região da Amazônia.

Orientação Profissional

No entanto, é importante lembrar que, embora muitas plantas medicinais possuam compostos com propriedades medicinais, esses tratamentos são considerados complementares e raramente podem substituir a medicina convencional. Portanto, é fundamental buscar orientação profissional para garantir o uso seguro desses recursos da medicina tradicional.

Estudos em Andamento

No Laboratório de Química dos Produtos Naturais (LaQuiProN) da Uepa, estão sendo realizados estudos sobre a composição química e propriedades biológicas de óleos essenciais de espécies de plantas da região amazônica, como a pitangueira e a capitiú. Resultados preliminares indicam que o óleo essencial das folhas da pitangueira tem exibido atividade antitumoral, enquanto o óleo essencial de capitiú apresenta potencial como antitumoral e antioxidante.

Estes estudos são apenas a ponta do iceberg quando se trata do potencial das plantas medicinais da Amazônia. À medida que a pesquisa avança, é provável que descubramos ainda mais sobre o poder dessas plantas e como elas podem ser usadas para promover a saúde e o bem-estar.

Serviço

I Simpósio Paraense de Plantas Medicinais da Amazônia (SPPMA)
Data: 13 e 14/12/2023
Horário: 8h às 19h
Local: Universidade do Estado do Pará – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Inscrições: individual ou em grupo, incluem o pagamento + 1 kg de alimento não perecível, que será doado ao Instito Áster, de  assistência voluntária às crianças e adolescentes com câncer em Belém.