Usina da Paz Jurunas/Condor recebe oficina com grupo de percussão de Pernambuco

A estudante paraense Julyana Nayara tem 19 anos e, desde os cinco, estuda música como integrante da Fundação Amazônica. Seu interesse pelos ritmos brasileiros a levou a participar da oficina ministrada pelo grupo pernambucano Sagrama, na UsiPaz Jurunas/Condor, em Belém.

“O mais interessante foi ver os objetos sendo transformados em instrumentos e com o som muito parecido, o mesmo timbre dos instrumentos convencionais. Isso é muito bom porque instrumento é uma coisa cara e a gente, aprendendo a fazer os nossos, torna tudo mais acessível”, avaliou.

Julyana foi uma das mais de 60 participantes da Oficina de Percussão com Materiais Reciclados e Ritmos Nordestinos, realizada no complexo multifuncional na última quarta-feira (27). Assim como ela, alunos de escolas públicas da comunidade e frequentadores das atividades da Usina da Paz aprenderam a construir ganzás e maracas com garrafas pet, tamborins com latas de tinta, tambores com garrafões de água mineral e baquetas com bolas de meia. Além disso, os participantes também exercitaram a percussão ao som dos ritmos típicos do Nordeste, como o coco e a ciranda.

Integrante do grupo desde a sua fundação, o percussionista Tarcísio Resende, ministrante da atividade, explicou que a ideia de trabalhar com os instrumentos reciclados surgiu desde o nascimento do Sagrama, 28 anos atrás.

“Nossa necessidade veio daquela coisa da conscientização, de reciclar materiais, a coisa de salvar o planeta. É pegar um ‘lixo’, um objeto, e transformar em instrumentos musicais, e não só isso, transformar em roupa, em casa, em tudo. E através desse material, a gente aproveita e divulga um pouco dos nossos ritmos pernambucanos, utilizando novos timbres através de material reciclável”, informou.

“O Sagrama é uma orquestra que vem da música erudita e mergulha nesse universo da música popular de Recife, de Pernambuco, do Nordeste. E aí tem coco, tem o maracatu… Então eles trazem junto nessa turnê uma oficina com o material reciclado em que as crianças constroem esses instrumentos e tocam. E quando eu cheguei aqui na Usina, fiquei encantada com a movimentação, com o público que já frequenta tanto a parte social quanto a parte cultural e não tivemos dúvidas de fechar aqui e estamos muito felizes, inclusive”, disse a produtora local Luciana Medeiros, acerca da escolha pelo espaço da Usina da Paz Jurunas/Condor.

Foto: NUCOM / SEACMedeiros ressaltou ainda a importância dos espaços das Usinas da Paz serem ocupados por projetos nacionais como esse. “Eu acho muito interessante conhecer esses espaços das Usinas porque é uma possibilidade que nós, produtores também, locais, temos pra que a gente possa oferecer para esses projetos grandes de turnê; aqui mesmo já vai acontecer o Expô Favela, por exemplo. E quero parabenizar e agradecer pelo apoio do Governo do Estado em manter espaços como este”, afirmou.

O Grupo SaGrama também se apresenta nesta quinta (28) e sexta-feira (29), no Teatro do Sesi, na capital paraense, gratuitamente, às 19h. O show desta quinta-feira é voltado exclusivamente para alunos de escolas públicas, projetos sociais e das Usinas da Paz.