Inovações tecnológicas utilizadas no diagnóstico e tratamento dos tumores malignos cerebrais ganharam destaque durante o I Simpósio Internacional de Neuro-Oncologia promovido pelo Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com a NeuroSapiens®, nesta sexta-feira (21), em Belém. O evento reuniu especialistas do Brasil e do Mundo para debater as inovações e estratégias terapêuticas em função da evolução de conhecimentos moleculares, citogenéticos e da inteligência artificial, que ganharam relevância no cenário de alta resolutividade em saúde.
A sessão de abertura com o tema “Desafios da Neuro-Oncologia na Amazônia” foi proferida pelo chefe da Neurocirurgia do HOL e coordenador do evento, José Reginaldo Brito. Segundo ele, existem singularidades geográficas e entraves socioeconômicas ditadas por fatores ambientais e climáticos que moldam e influenciam no acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento.
“As populações rurais e ribeirinhas, que residem em determinadas regiões do território amazônico, enfrentam grandes distâncias e tempo longos de deslocamento, por transporte terrestre ou fluvial, para ter acesso aos serviços. Algumas comunidades ficam isoladas durante períodos de chuvas ou cheias dos rios. Entretanto, precisamos reduzir essas barreiras para que possam ter acesso ao diagnóstico por imagem desde o início dos sintomas e receber o tratamento adequado a fim de obter o melhor prognóstico”, destacou o especialista.
Segundo Brito, o “Ophir Loyola” busca utilizar novas tecnologias para obtenção de resultados superiores nos procedimentos neurocirúrgicos. Contudo, é necessário modificar a filosofia de trabalho em razão de não ser possível modificar a distância entre os municípios e os meios de transportes utilizados pelos pacientes. “Nós, especialistas, precisamos pensar fora da caixa com a intenção de inserir novas intervenções terapêuticas e desenvolver estratégias favoráveis à interiorização da assistência e contribuir com as políticas públicas de saúde existentes, a exemplo da descentralização da assistência, em curso, por meio dos hospitais regionais”, completou.
O diretor da NeuroSapiens® – instituição especializada em saúde do cérebro e da coluna, localizada em São Paulo, Antônio de Salles, ressalta que o Congresso abordou várias técnicas radiológicas usadas na análise inicial de tumores cerebrais e da coluna. Uma das tecnologias apresentadas consegue destruir o câncer cerebral, em poucas horas, sem necessidade de uma cirurgia invasiva. O procedimento é realizado em ambulatório, por meio de uma pequena incisão por onde é introduzido um endoscópio e aplicados raios calculados com a tecnologia quântica, sem precisar abrir a cabeça do paciente.
“Essa metodologia alia a radiocirurgia e a cirurgia robótica à inteligência artificial e traz inúmeros benefícios, não utiliza sala de cirurgia com fótons, raios-gama, lasers ou outras energias que atravessam o corpo humano. Também não há necessidade de uma internação prolongada. Ou seja, reduz o custo de Unidades de Terapias Intensivas, o risco de sequelas e o tempo de recuperação em comparação a uma cirurgia convencional. É o mesmo recurso usado em aparelhos celulares e sistema de localização (GPS), sendo utilizado para tornar a medicina mais segura e eficiente”, concluiu Salles.