Feira de São Brás renasce como ícone de Belém e ganha força para a COP30

A nova Feira de São Brás abriu oficialmente as portas nesta semana e já se tornou símbolo de transformação em Belém. Após décadas de espera, os 195 permissionários receberam boxes totalmente renovados, equipados com infraestrutura moderna, painéis solares e espaços gastronômicos que prometem revitalizar não apenas o comércio, mas também a identidade cultural da cidade.

O projeto, conduzido pela Prefeitura de Belém, vai além da entrega de equipamentos. Ele marca um novo capítulo na relação entre os feirantes e a população, transformando o antigo espaço deteriorado em um polo de tradição, inovação e turismo.

Um sonho de décadas transformado em realidade

Entre os permissionários que vibram com a reinauguração está Rosana Martins, feirante há 32 anos no setor de ervas medicinais, artesanato e produtos religiosos. Diretora da Associação e da Comissão de Feirantes, ela relembra a longa trajetória marcada por infiltrações, rachaduras e insegurança. Agora, diante do espaço renovado, descreve o sentimento como de vitória coletiva.

“Foi um ato de coragem da Prefeitura executar um projeto desse porte. Hoje estamos recebendo um mercado digno, que nos devolve a esperança e dá condições para trabalharmos com dignidade. É um sonho realizado”, afirmou Rosana, emocionada.

A fala dela resume o impacto da obra: devolver autoestima a quem sobrevive do espaço e oferecer aos clientes uma experiência confortável e segura.

A nova feira conta com boxes ventilados, acessibilidade, iluminação eficiente e equipamentos adequados. Além disso, ganhou áreas dedicadas à gastronomia, criando um ambiente que mistura feira tradicional com espaço cultural e turístico.

Para o feirante Euzebio Luiz, há 27 anos atuando no setor de roupas e acessórios, as mudanças serão decisivas para atrair mais fregueses. “Agora o cliente consegue enxergar melhor a nossa mercadoria. Tudo contribui para melhorar a nossa vida e a experiência de quem vem comprar. Vai aumentar as vendas e valorizar nosso trabalho”, disse.

A sensação de renascimento é compartilhada por Ângela Nunes, costureira há quase duas décadas. Ela lembra os dias difíceis em que trabalhava em um mercado inseguro, com fiações expostas e goteiras. “Quem viu como era antes, hoje se emociona. O novo espaço é maravilhoso, fruto de muita espera. Essa reforma vai atrair mais clientes e garantir a renda de famílias como a minha”, destaca.

Legado da COP30 e símbolo para o futuro

A requalificação da Feira de São Brás é parte das obras estruturantes que a Prefeitura prepara para a COP30, que acontece em Belém em novembro de 2025. Embora o evento internacional seja catalisador, a entrega representa um legado duradouro: um espaço histórico revitalizado que alia tradição, comércio popular e sustentabilidade.

Com painéis solares instalados e equipamentos modernos, a feira também reforça a preocupação ambiental. Essa iniciativa conecta a história do mercado à agenda contemporânea da sustentabilidade, em sintonia com os debates globais que colocarão Belém no centro das atenções mundiais.

O Mercado de São Brás é muito mais do que um espaço de vendas: é parte da identidade de Belém. Ao longo de décadas, abrigou histórias, famílias e tradições. Sua revitalização fortalece não apenas o sustento dos feirantes, mas também o turismo e a economia local.

Com o novo espaço, a expectativa é de que o fluxo de visitantes cresça, incluindo turistas atraídos pela diversidade cultural e gastronômica do complexo. A feira agora se torna vitrine de uma Belém que preserva sua história enquanto se projeta para o futuro.

A nova Feira de São Brás funciona de segunda a domingo, das 8h às 18h na Grande Feira e das 8h às 15h nos setores de refeições e lanches, com entrada principal pela Avenida José Bonifácio.

A entrega é, acima de tudo, um marco simbólico: uma cidade que se prepara para o futuro global sem perder o vínculo com suas raízes locais.

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