Mora perto de rio Saiba como evitar acidentes com arraias ao pisar no raso
Um passo desatento no raso pode se transformar em dor intensa e semanas de recuperação. Quem mora perto de rio ou frequenta regiões com águas calmas precisa entender o risco silencioso das arraias. Elas não atacam, mas se defendem — e fazem isso com um ferrão afiado capaz de causar ferimentos graves. Saber como evitar esse encontro indesejado é essencial para quem quer curtir a natureza sem sustos.
As arraias de água doce, especialmente comuns em rios da região Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, são discretas. Elas se camuflam na areia do fundo, permanecendo imóveis por longos períodos. Por isso, o risco de pisar em uma delas sem perceber é alto. Quando isso acontece, o reflexo da arraia é usar seu ferrão — localizado na cauda — como defesa. E aí o problema começa.
A dor da ferroada é descrita como insuportável, acompanhada de inchaço, sangramento e, em alguns casos, necrose dos tecidos atingidos. Isso sem falar no risco de infecção se o ferimento não for tratado corretamente.
Uma das maneiras mais eficazes de evitar esse tipo de acidente é mudar a forma como se entra no rio. Em vez de dar passos firmes, deve-se caminhar arrastando os pés. Esse movimento cria uma leve vibração no solo que alerta a arraia, fazendo com que ela se afaste antes de você chegar perto demais.
É um gesto simples, quase instintivo para quem já teve algum susto, mas que precisa ser mais divulgado. Ensinar crianças e visitantes sobre esse cuidado pode evitar muita dor — literal e figurativamente.
Se o pior acontecer, o primeiro passo é sair da água com cuidado e procurar ajuda médica imediatamente. Mas há algumas medidas que podem ser tomadas ainda no local:
Mergulhar o local ferido em água quente (cerca de 40 °C) por pelo menos 30 a 60 minutos ajuda a aliviar a dor, pois a toxina da arraia é termolábil (ou seja, se desativa com calor).
Evitar remédios caseiros, como aplicar limão, vinagre ou urina, que podem piorar a situação.
Nunca tentar remover o ferrão sozinho, pois ele pode se partir ou causar mais lesões internas.
Manter o local limpo e coberto, e seguir direto para o hospital.
A recuperação pode levar dias ou semanas, dependendo da gravidade da picada e da região do corpo atingida. E mesmo com tratamento adequado, a dor residual pode persistir por um bom tempo.
As arraias são mais comuns em rios de águas calmas e com fundo arenoso, como o Rio Araguaia, Rio Tocantins, Rio Paraná, além de várias regiões amazônicas. Com o aumento do turismo de pesca, banho e esportes aquáticos nessas áreas, os acidentes vêm crescendo — principalmente entre pessoas que desconhecem os hábitos da arraia.
Em praias fluviais ou pequenas corredeiras, o risco aumenta no verão, quando a temperatura da água sobe e atrai mais banhistas. E como as arraias ficam imóveis, ninguém imagina que está prestes a pisar em uma armadilha viva.
Comunidades ribeirinhas que convivem com arraias sabem dos perigos e criam estratégias para se proteger. Mas quem vem de fora, mesmo que seja de cidades próximas, raramente recebe essas orientações. Campanhas locais, placas informativas nas margens e ações educativas em escolas e redes sociais têm o poder de transformar essa realidade.
Evitar acidentes com arraias não é apenas uma questão de sorte. É sobre saber como agir, respeitar o ambiente natural e compartilhar esse conhecimento. Um gesto pequeno, como arrastar os pés, pode evitar sofrimento, gastos com saúde e traumas que ninguém espera ao entrar em um rio tranquilo.
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