Políticas municipais de educação de indígenas, imigrantes e refugiados, cativam público na Feira do Livro


Ancestralidade, cultura e inclusão marcaram a atividade da Coordenação de Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceiir), vínculada à Secretária Municipal de Educação (Semec), realizada na tarde deste domingo, 10, na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes, com atividades de fomento à educação inclusiva de indígenas, imigrantes e refugiados na rede municipal de ensino.

Quem passou pelo stand pôde participar da oficina de origami, quiz sobre culturas indígenas, exposição de vídeos, baralho encantado e teste de conhecimento com a atividade “Como está seu Tupi?”, além de deleitar-se com obras que retratam a vivência dos povos tradicionais. A professora Maria Ribeiro avalia que esse trabalho de valorização e respeito é fundamental na educação.

“Mostrar para as crianças o valor da nossa cultura, para que ela não se perca e continue em nosso meio. Isso, podemos ver aqui no stand, por meio das obras literárias, instrumentos e materiais pedagógicos. Uma riqueza para todos que têm acesso”, relatou a professora.

Ancestralidade

A Prefeitura de Belém abriu espaço para Yaguarê Yamã, escritor, professor, geógrafo, artista plástico, líder indígena e autor de mais de 30 livros infantis, entre eles “Os olhos do jaguar”, que compõe a coleção “Leia para uma Criança 2021”.
Em um bate-papo com o público, o escritor falou sobre a sua obra “Dicionário e Estudo de Nheengatu Tradicional” e ressaltou a importância da valorização da Amazônia, da ancestralidade e do respeito aos povos tradicionais.

“Belém é uma cidade muito cultural, então, aproveito esse espaço para divulgar nosso trabalho em prol de nossas identidades e do que nós somos. Gratidão à gestão municipal por este espaço com todos”, destacou Yaguarê

Visitantes

A programação foi elogiada por muitos visitantes. A indígena e arquiteta Yuapotin Yporã Eté, conhecida como Carla Betânia, estava encantada com cada trabalho apresentado e teve a oportunidade de contar para todos os presentes sobre a cultura indígena das terras do arquipélago do Marajó. “Esse momento de diálogo é uma maneira de empoderar a cultura dos povos indígenas, trazendo nossas histórias.Tudo isso faz parte de um processo educacional e esse momento é uma concretização e incentivo para todos nós”, afirmou Yuapotin.

Educação escolar

Ao garantir acesso prioritário à matrícula na rede municipal de ensino, formações continuadas e monitoria direcionadas à equipe de docentes, a Ceeiir assegurou a inclusão de mais de 250 indígenas de diversas etnias brasileiras e estrangeira. Encontram-se matriculados 241 estudantes venezuelanos Warao e 17 indígenas brasileiros, representando outras etnias, dentre elas: Baré, Tembé, Tikuna, Hexkariana, Galibi-Marworno, Kumaruara, Borari, Juruna, Arapium, Xipaya, Tupinambá, Guajajara.