Divulgação
A capital paraense assume este mês um protagonismo incomum: a COP30, sediada em Belém, transforma a cidade da floresta em palco da indústria amazônica. No centro desse movimento, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) prepara uma presença ampla e estratégica — não apenas como espectadora, mas como articuladora de uma indústria que se reinventa para o clima.
Sob o mote de “mostrar ao mundo que a Amazônia tem soluções concretas, tecnologia e capacidade produtiva para liderar a transição para uma economia verde”, como destaca o presidente da FIEPA, Alex Carvalho, o setor industrial amazônico deixa de ser figurante e assume papel de ator-protagonista.
Durante a conferência, a FIEPA intervém em dois eixos-chave: na Blue Zone e na Green Zone. Na Blue Zone, coordenará painel sobre a urgência da rastreabilidade em regiões marcadas por complexidade fundiária, ambiental e socioeconômica, como a Amazônia Legal. Na Green Zone, liderará dois painéis no Pavilhão Pará: um sobre o uso da biomassa para descarbonizar a indústria amazônica e outro sobre as iniciativas propostas pela Jornada COP+.
Mas o envolvimento vai além dos debates oficiais. A FIEPA transformou a própria sede, o recém-reformado Auditório Albano Franco e a Casa SESI Indústria Criativa — um casarão histórico restaurado — no chamado Brazilian Industry Hub. Ali, empresas, comunidades, governo e sociedade civil se encontrarão para discutir, lançar e ativar soluções industriais alinhadas ao clima.
SAIBA MAIS: Guia da Indústria Paraense projeta futuro de baixo carbono na Semana do Clima em Nova York
Exposições, mostras e experiências práticas compõem esta agenda intensa. A exemplo disso, no espaço da Casa SESI Indústria Criativa, abre-se a “Joias da Amazônia”, com peças autorais feitas por artesãs paraenses que incorporam saberes tradicionais, materiais da floresta e economia circular. Ou o caminhão móvel movido a biometano — combustível 100% renovável produzido de resíduos agrícolas, urbanos e de esgoto — que visita a unidade SENAI Getúlio Vargas demonstrando que produzir de forma sustentável é possível.
Também fazem parte da agenda a inauguração de um Laboratório de Climatização em parceria com a multinacional Gree Electric Appliances, a chegada do veículo solar-borboleta “Solarbutterfly”, e painéis dedicados ao financiamento da bioeconomia e aos negócios da floresta. Todos esses eventos ocorrem sob o guarda-chuva da Jornada COP+ e na esteira das diretrizes para uma nova indústria de baixo carbono na Amazônia.
O que emerge desse conjunto de iniciativas é uma visão renovada da Amazônia: não apenas como bioma a preservar, mas como território produtivo que abrange bioeconomia, economia circular, empregos verdes, rastreabilidade e sinergia entre floresta, indústria e clima. A FIEPA sinaliza que, para a indústria amazônica, a agenda do clima é oportunidade — não obstáculo.
A COP30, portanto, não é apenas uma conferência global de mudança do clima para o Pará — é um momento de afirmação de novos papéis, de redesenho de narrativas e de convergência de atores até então desconexos: o industrial, o ambiental, o comunitário. O fato de a indústria estar no centro dos painéis – antes, mais espectadores do que agentes – marca uma virada.
E o que está em jogo é maior do que gerar manchetes: é consolidar uma transição real, ancorada na Amazônia, que conecte geração de valor, justiça socioambiental e responsabilidade climática. É fazer com que Belém se torne referência permanente para a indústria do futuro — de baixo carbono, de recursos renováveis, de impacto positivo.
Quando a FIEPA assume o protagonismo nesta COP, ela está dizendo que o setor industrial amazônico quer mais do que espaço: quer co-liderança. E que a floresta, os rios, as comunidades e as fábricas podem caminhar juntos: não em mundos separados, mas em uma agenda integrada de desenvolvimento que respeite o clima, valorize a bioeconomia e transforme o desafio em potencial.
Na manhã desta terça-feira, Belém amanheceu com uma via transformada: a Avenida Duque de Caxias…
O estado do Pará assumiu um papel de destaque na agenda ambiental ao marcar presença…
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de autoridades locais e ministros de…
Em uma cidade onde cada esquina revela um fragmento da história amazônica, a Associação Brasileira…
No dia 31 de outubro, o bairro do Guamá, em Belém (PA), se transforma em…
A chef e ativista indígena Tainá Marajoara será responsável por comandar a cozinha da COP30,…
This website uses cookies.