Divulgação - FIEPA
Um dos momentos mais simbólicos da Semana do Clima de Nova York foi protagonizado pelo Pará. Em um auditório lotado na sede da Bloomberg, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), em parceria com a Jornada COP+, lançou oficialmente as “Diretrizes para uma Indústria de Baixo Carbono”. O documento, resultado de meses de trabalho coletivo, traz recomendações estratégicas para reposicionar a indústria amazônica diante da transição climática global.
A publicação não é apenas um compêndio técnico: representa uma tentativa de alinhar o desenvolvimento econômico da Amazônia com práticas ambientais e sociais sustentáveis, reforçando o protagonismo do Brasil às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, em novembro.
Elaborado por 180 especialistas e 153 organizações de mais de 30 setores, o guia foi construído em dez grupos temáticos que abordaram desde infraestrutura e logística até rastreabilidade, sociobioeconomia, inclusão digital, transição energética e governança. O esforço coletivo resultou em dez recomendações centrais, que vão desde a descarbonização da matriz energética com biomassa sustentável até o fortalecimento da sociobioeconomia amazônica e da economia circular como bases estruturantes de um novo modelo de desenvolvimento.
O presidente da FIEPA e da Jornada COP+, Alex Carvalho, destacou que o objetivo é propor caminhos reais para um crescimento de baixo carbono, sem abrir mão da identidade amazônica. “Esse guia reúne a visão da indústria sobre o futuro do nosso território, em equilíbrio entre economia, floresta e sociedade”, afirmou.
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O evento contou com a presença de autoridades brasileiras que reforçaram o caráter estratégico do documento. O governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a importância da geração de empregos verdes e da manutenção da floresta em pé. Ele anunciou ainda a inauguração iminente do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, em Belém, apontando-o como um legado estruturante para a região.
O ministro das Cidades, Jader Filho, ampliou o debate, lembrando que a transição climática também precisa dialogar com os desafios urbanos. Ele defendeu que os investimentos internacionais sejam canalizados para ampliar o saneamento, o abastecimento de água e a mobilidade urbana, conectando a pauta ambiental à melhoria concreta da qualidade de vida nas cidades.
Grandes empresas também marcaram presença. Para o CEO da Hydro, Anderson Baranov, o encontro foi uma oportunidade de mostrar ao mundo tanto os avanços da indústria no Pará quanto os desafios de manter uma agenda sustentável em um território tão diverso. Ele ressaltou que a Semana do Clima é a última grande vitrine internacional antes da COP30 e um espaço essencial para que o Brasil projete sua imagem como protagonista da economia verde.
A agenda contou ainda com debates organizados pelo jornal Valor Econômico em parceria com a Amcham Brasil e pela Câmara de Comércio Americana, além de reuniões no Banco da América com ministros, embaixadores e grandes empresas.
Entre os participantes estavam nomes de peso, como Tatiana Rosito, secretária do Ministério da Fazenda; Maria Luiza Viotti, embaixadora do Brasil nos EUA; Dan Ioschpe, liderança internacional em sustentabilidade e Campeão Climático de Alto Nível da COP30; Marcella Novaes, vice-presidente da FIEPA e da Jornada COP+; e Ricardo Mussa, presidente da Sustainable Business COP30 (SB COP).
O consenso nos painéis foi claro: a Amazônia deve ser tratada como uma plataforma global de soluções, inovação e negócios sustentáveis, e não apenas como área de preservação. Nesse sentido, o documento lançado pela indústria amazônica servirá como contribuição direta para o relatório de legados que a SB COP apresentará em Belém.
A iniciativa é fruto da parceria entre a FIEPA e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reforça a presença do setor produtivo brasileiro nas negociações climáticas. Para Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, a participação da indústria na Semana do Clima de Nova York tem papel estratégico: “É o momento de mostrar que as empresas brasileiras querem e podem contribuir com soluções de alcance global para a transição climática”.
Ao consolidar dez eixos prioritários, o guia não apenas projeta uma visão industrial para o futuro do Pará e da Amazônia, mas também aponta um caminho em que desenvolvimento econômico, inclusão social e sustentabilidade caminham juntos. Com isso, o documento se torna um marco simbólico e prático na preparação para a COP30, reforçando que a Amazônia não é apenas pauta do mundo, mas também protagonista ativa de sua própria transformação.
Confira aqui o documento na íntegra: https://paramais.com.br/wp-content/uploads/2025/09/c6ca75_febbbdb473bd445e8473273bc4c3e034.pdf
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