Belém vira palco global da Amazônia e da música

Em novembro, a floresta amazônica se tornará protagonista de uma celebração inédita. Pela primeira vez na América Latina, o Global Citizen Festival aporta em Belém, cidade que desponta como capital simbólica da transição ecológica global. O Global Citizen Festival: Amazônia levará ao Mangueirão um espetáculo onde arte e ativismo se misturam em defesa da vida na floresta.

A confirmação de Gilberto Gil no line-up amplia o caráter histórico do evento. Ícone da cultura brasileira e voz engajada na pauta ambiental, Gil se junta a artistas como Gaby Amarantos, Anitta, Seu Jorge e Chris Martin, vocalista do Coldplay, em um encontro musical que reflete a pluralidade e a potência do Brasil contemporâneo.

Mas a força do festival vai além do palco. Em um país onde a Amazônia é tanto território quanto símbolo, a presença de lideranças como Sônia Guajajara, Célia Xakriabá, Samela Sateré Mawé e Juma Xipaia reforça que não há futuro sustentável sem protagonismo indígena e comunitário. São elas que dão sentido à campanha global “Proteja a Amazônia”, marco de uma mobilização que já garantiu US$ 345 milhões em compromissos concretos para a conservação ambiental.

Entre os apoiadores estão instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Everland, o Re:wild, o Bezos Earth Fund e o Rainforest Trust, além do Banco do Brasil, patrocinador principal. O evento conta ainda com a parceria de Teneo, BB Visa, Cielo, Live Nation, Rock World, Open Society Foundations e o Governo do Pará.

A estrutura de transmissão — TV Globo, Multishow, Globoplay, YouTube e ViX — assegura que a mensagem da Amazônia ecoe globalmente. O objetivo é simples e grandioso: transformar cultura em ação e entretenimento em engajamento.

Os ingressos são gratuitos, destinados prioritariamente a paraenses, povos tradicionais e comunidades da floresta. A distribuição é feita em parceria com organizações como Usinas da Paz, SEPI, Mídia Indígena, COP das Baixadas, REPAM e Grupo Funtelpa, garantindo acesso equitativo e representatividade.

A programação, desenhada com apoio de mais de 190 organizações da sociedade civil, articula música, cultura e impacto ambiental. Para Michael Sheldrick, cofundador da Global Citizen, “celebrar na porta de entrada da Amazônia é dar ao mundo a chance de ver e ouvir seus guardiões”.

Ao reunir artistas, líderes e comunidades, o festival transforma Belém no epicentro de um novo pacto entre humanidade e natureza. A Amazônia, tantas vezes ameaçada e explorada, sobe agora ao palco como voz e protagonista. E, de Belém para o mundo, a mensagem é clara: proteger a floresta é proteger o futuro.