Foto: ASCOM _ IDEFLOR
A Amazônia sempre despertou a curiosidade do mundo por sua biodiversidade, mas no Pará a natureza tornou-se também um vetor de desenvolvimento econômico. Um estudo recente consolidou o estado como um dos principais destinos do turismo de pesca esportiva no Brasil. A constatação vem da 12ª edição do Boletim de Inteligência de Mercado no Turismo (BIMT), lançado em agosto de 2025 pelo Ministério do Turismo.
Segundo o levantamento, a pesca esportiva movimenta cerca de R$ 3 bilhões por ano em território nacional e gera aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos. Só o turismo de pesca responde por uma fatia expressiva dessa receita, atraindo praticantes em busca de rios caudalosos, lagos de grande porte e espécies emblemáticas. Para a Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), esse segmento é um dos mais promissores do turismo de natureza no país.
No cenário descrito pelo BIMT, o Pará ganha destaque. Com rios como o Xingu, Tapajós, Trombetas, Araguaia e Iriri, além do Lago de Tucuruí, o estado reúne ambientes singulares para a prática do pesque e solte. Ali habitam espécies que estão no imaginário de pescadores de todo o mundo: tucunaré, pirarucu, tambaqui, piraíba, trairão, pirara, robalo (camurim) e tarpon (pirapema).
Para o turista, a experiência vai além da captura. Navegar nesses rios é encontrar paisagens intactas, trilhas de água que conectam comunidades ribeirinhas e uma relação direta com tradições culturais que integram a pescaria ao modo de vida amazônico.
De acordo com o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, a pesca esportiva precisa ser entendida como mais do que lazer. “É uma oportunidade de mostrar ao mundo a riqueza da nossa biodiversidade e a força das nossas comunidades. No Pará, conseguimos transformar a pescaria em uma experiência única, em que o visitante se conecta com a natureza, valoriza a cultura ribeirinha e contribui para o desenvolvimento sustentável”, afirma.
O BIMT mostra que a atividade estimula cadeias inteiras: transporte fluvial, hospedagem, guias especializados, gastronomia regional, comércio e artesanato. Municípios como Tucuruí, Oriximiná, Faro, Altamira, Vitória do Xingu, São Geraldo do Araguaia e Jacareacanga já oferecem pousadas estruturadas, operadoras locais e profissionais capacitados para receber visitantes brasileiros e estrangeiros.
Essa estruturação também tem um impacto social significativo. Ao envolver comunidades tradicionais, a prática do pesque e solte fortalece a preservação ambiental e amplia as oportunidades de renda local. Pesquisas apontam que em regiões onde a pesca esportiva foi organizada com responsabilidade, houve maior engajamento da população e melhoria na conservação dos recursos hídricos.
O relatório destacou que a procura internacional está em crescimento, especialmente entre turistas dos Estados Unidos e da Europa. O interesse não é apenas pela pesca em si, mas pela vivência amazônica completa — o contato com a floresta, os rios e o cotidiano das populações ribeirinhas.
Apesar do potencial, especialistas alertam que a expansão dessa modalidade de turismo exige equilíbrio entre atratividade econômica e conservação ambiental. Isso significa investir em infraestrutura sem comprometer o ecossistema, respeitar o período de defeso das espécies e ampliar ações de fiscalização. Também entram em cena políticas de inclusão social, como a realização de torneios femininos e o incentivo à participação de comunidades tradicionais.
No Pará, a Secretaria de Turismo (Setur) atua em parceria com operadores privados e associações comunitárias para qualificar mão de obra e diversificar os roteiros. Além da pesca esportiva, incluem-se experiências de ecoturismo, observação de aves e degustação da rica gastronomia amazônica.
Essa abordagem integrada projeta a pesca esportiva como vitrine internacional da biodiversidade paraense. Mais do que atrair visitantes, a atividade consolida-se como exemplo de turismo capaz de unir desenvolvimento econômico, inclusão social e conservação.
O desafio agora é dar escala a essas iniciativas. Com eventos internacionais como a COP30 programada para Belém, o Pará se prepara para receber olhares do mundo inteiro. O turismo de pesca pode se tornar um cartão de visitas estratégico, mostrando como é possível viver da floresta e, ao mesmo tempo, mantê-la viva.
A cidade de Belém se prepara para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre…
A Brasil BioFuels (BBF), uma das maiores companhias de biocombustíveis da Amazônia, teve sua falência…
Você já tentou lavar aquele pano de prato encardido, esfregou com sabão, deixou de molho,…
Em novembro, a floresta amazônica se tornará protagonista de uma celebração inédita. Pela primeira vez…
O reconhecimento concedido ao Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA) com o Selo…
Nos próximos dias, Belém receberá duas obras que simbolizam a transformação urbana e logística em…
This website uses cookies.