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Capivaras em grupo revelam 6 comportamentos sociais que lembram os humanos

A cena pode parecer só bucólica: um grupo de capivaras tomando sol na margem de um lago urbano. Mas por trás dessa tranquilidade, esses roedores gigantes escondem uma complexidade social surpreendente. Quem observa com atenção percebe que a forma como as capivaras se organizam, se protegem e interagem lembra muito alguns padrões humanos — com direito a vínculos, rivalidades e até estratégias para evitar conflitos.

Capivaras vivem em sociedade — literalmente

As capivaras são animais extremamente sociais, vivendo em grupos que podem passar de 20 indivíduos. Essa estrutura coletiva não é apenas para reprodução ou defesa. Há funções bem definidas, desde líderes até cuidadores de filhotes. E não é raro ver um grupo dividido entre os mais velhos, filhotes e aqueles que atuam como sentinelas, mantendo o olhar atento enquanto os demais descansam.

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Demonstram afeto por meio do toque

Assim como humanos, capivaras criam laços afetivos fortes e duradouros. Uma das formas mais comuns de demonstrar esse vínculo é através do toque: elas se encostam, deitam juntas e trocam carinhos com a cabeça ou o focinho. Em zoológicos e áreas urbanas onde são habituadas à presença humana, muitas se aproximam em busca de cafuné, mostrando o quanto esse contato físico é significativo para elas.

Capivaras têm líderes e respeitam hierarquias

Um grupo de capivaras não é um amontoado aleatório. Existe uma hierarquia clara, normalmente chefiada por um macho dominante que decide rotas de deslocamento e horários de alimentação. Esse líder precisa constantemente reafirmar sua posição, seja por posturas, vocalizações ou marcações territoriais. E como nos grupos humanos, disputas por liderança podem surgir, sendo resolvidas nem sempre pela força, mas por demonstrações de dominância.

Sabem resolver conflitos com diplomacia

Apesar de conviverem em grupos grandes, brigas entre capivaras são raras. Quando ocorrem, geralmente envolvem disputas territoriais ou acasalamento. Mas há um comportamento interessante: em vez de partirem direto para o confronto, elas costumam se afastar, se ignorar temporariamente ou vocalizar de forma a acalmar os ânimos. Parece familiar?

Compartilham tarefas de cuidado com os filhotes

Outro traço marcante é o cuidado coletivo com os filhotes. Não é só a mãe que protege e alimenta os pequenos — outras fêmeas do grupo, chamadas de “tias”, participam do processo, em algo que lembra o velho ditado de que “é preciso uma aldeia para criar uma criança”. Isso garante que os filhotes estejam sempre sob vigilância, aumentando sua sobrevivência e reforçando os laços do grupo.

As capivaras usam vocalizações para se comunicar

O repertório vocal das capivaras é surpreendente. Elas emitem sons diferentes para alertar sobre perigo, chamar filhotes ou se reconhecerem. Há assobios, grunhidos e até “ronronados” que lembram os sons de satisfação dos gatos. Essa comunicação eficiente ajuda a manter a coesão do grupo e evitar mal-entendidos, muito parecido com o que fazemos em nossos círculos sociais.

São sensíveis ao humor do grupo

Pesquisadores já observaram que as capivaras são capazes de perceber mudanças no estado emocional de seus companheiros. Quando um membro do grupo está inquieto ou assustado, os demais reagem com atenção ou até se aproximam para “acalmar” o indivíduo. Essa empatia silenciosa mostra o quanto elas são sensíveis às emoções — algo que, até pouco tempo, acreditava-se exclusivo de mamíferos mais complexos.

Observar um grupo de capivaras é mais do que um passeio pela natureza. É uma chance de nos ver refletidos em outro ser vivo, em comportamentos que mostram que a vida em sociedade, com seus desafios e afetos, não é exclusividade nossa. Elas são, em muitos sentidos, um espelho da nossa própria natureza — só que com mais tranquilidade e banhos de sol.

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Fabiano Souza

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