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Capacitação em manejo de sementes florestais fortalece políticas de restauração no Pará

O Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém, recebeu a Oficina Manejo de Sementes Florestais da Amazônia, iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Embrapa Amazônia Oriental (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A atividade, realizada nos dias 27 e 28 de julho (domingo e segunda-feira), reuniu estudantes, servidores, moradores do entorno e representantes de organizações não governamentais, com o objetivo de promover formação técnica em manejo de sementes florestais.

A atividade está relacionada diretamente ao cumprimento do Plano Estadual de Bioeconomia do Pará (PlanBio) e Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (PRNV), duas importantes estratégias ambientais implementadas pelo Governo do Pará.

Durante dois dias, os participantes tiveram acesso a uma programação que combinou atividades teóricas e práticas, incluindo oficinas de identificação e coleta de sementes, feira de trocas de sementes e mudas florestais, exibição de filmes e exposição biocultural. As ações ocorreram no Centro de Acolhimento do Parque e em áreas de vegetação nativa, proporcionando um aprendizado integral e contextualizado com a realidade amazônica.

Os desafios na área são expressivos. A diversidade de espécies, a degradação ambiental, a fragmentação dos habitats e as mudanças climáticas tornam o manejo de sementes uma tarefa cada vez mais complexa. A oficina abordou esses temas de forma técnica, mostrando a importância de práticas de coleta, armazenamento e germinação adequadas para garantir a viabilidade e a qualidade das sementes, fundamentais para a criação de ecossistemas restaurados mais diversos e resilientes.

Aprendizagem

Além de contribuir para a recuperação da vegetação nativa, a capacitação está diretamente conectada às políticas públicas de bioeconomia no Pará. “Uma cadeia produtiva sólida de sementes nativas é essencial para conciliar conservação ambiental e desenvolvimento econômico, gerando benefícios sociais e ambientais de forma integrada”, destacou a analista ambiental do Ideflor-Bio e coordenadora da oficina, Claudia Kahwage.

A programação incluiu palestras ministradas por especialistas da Embrapa, Uepa e do Ideflor-Bio, que compartilharam conhecimentos sobre coleta, armazenamento e redes de sementes florestais. Um dos pontos altos foi a apresentação sobre a Rede Estadual de Sementes Florestais, conduzida pela gerente de Contratos Florestais do Ideflor-Bio, Cíntia Soares, que ressaltou a necessidade de ampliar a articulação interinstitucional para garantir o abastecimento de sementes para projetos de restauração.

A oficina também serviu como espaço de fomento à inovação tecnológica, tema abordado por pesquisadores que destacaram as lacunas existentes no acesso a equipamentos e metodologias modernas. Essa realidade, segundo os especialistas, pode limitar a efetividade das políticas públicas se não houver investimentos contínuos em pesquisa, capacitação e estruturação de cadeias produtivas.

Experiências

O evento contou ainda com um momento dedicado à troca de experiências comunitárias, na palestra que abordou a temática “Muvuca de sementes”, apresentada pelo Instituto. Essa metodologia, que envolve o plantio simultâneo de várias espécies, foi destacada como alternativa para potencializar a recuperação de áreas degradadas e otimizar o uso de recursos.

Para os organizadores, a capacitação representa um avanço significativo na construção de políticas públicas mais eficazes. “O manejo de sementes florestais é uma etapa crítica da restauração ecológica e precisa ser tratado com prioridade. Cada participante sai daqui apto a multiplicar esse conhecimento em seus locais de atuação”, avaliou Claudia Kahwage.

Na avaliação de Cíntia Soares, o fortalecimento de redes e cadeias produtivas de sementes é um dos resultados esperados da oficina. “Precisamos articular instituições, produtores e comunidades em torno de um mesmo objetivo. Isso vai garantir a oferta de sementes de qualidade, fundamentais para restaurar nossas florestas e consolidar a bioeconomia no Pará”, concluiu.

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