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Infraestrutura, cultura e inovação rumo à COP30 em Belém

Desde as primeiras horas da manhã em 3 de outubro, a capital paraense se transformou em palco de uma jornada concreta rumo à Belém ideal para a COP30. A comitiva presidencial liderada por Luiz Inácio Lula da Silva percorreu o traçado ambicioso de intervenções que mais do que preparar a cidade para a conferência climática: moldam seu futuro.

O Canal da União: drenagem, ordem e esperança

Ao amanhecer, a visita concentrou-se no Canal da União — parte fundamental da macrodrenagem da Bacia do Tucunduba, que por décadas sofreu com alagamentos e rupturas sociais em áreas de Guamá, Terra Firme, Canudos e Marco.
Ali se faz presente uma engenharia que vai além de tubos e concreto: 350 metros de retificação do canal, 700 metros de rede de água, 700 metros de esgoto, 450 metros de drenagem pluvial, três passarelas, uma ponte — e vias, calçadas com piso tátil e urbanização complementar. A proposta é clara: restabelecer equilíbrio hidrológico e redesenhar a paisagem urbana como resposta à profundidade do problema.

Em um discurso silencioso, o canal se torna metáfora: nós precisamos “drenar” ineficiências estruturais para que a cidade não se alague em crises futuras.

Porto Futuro II: memória e inovação à beira d’água

Quando o relógio marcou 11h, o foco se deslocou ao antigo porto industrial de Belém, que está sendo reinventado como complex o cultural e econômico. O Porto Futuro II ocupa 50 mil m² e integra cinco armazéns históricos restaurados: ali se instalarão o Museu das Amazônias, o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, uma Caixa Cultural e o Porto Gastronômico.

Reprodução

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O Museu das Amazônias nasce com as mostras “Amazônia” (do fotógrafo Sebastião Salgado) e “Ajurí” (desenvolvida especialmente para o local). Com apoio técnico e aporte de R$ 10 milhões do BNDES, o museu será palco de ciência, cultura e diálogo entre saberes tradicionais. Estende-se por dois espaços expositivos (950 m² e 500 m²), além de sala multiuso e educativo.

Ali ao lado, o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia surge como uma aposta em alto risco e alto retorno: laboratórios, showrooms, incubadoras, coworkings e indústria leve de produtos florestais. O Porto Gastronômico, com seus 15 empreendimentos locais, é elo entre sabores regionais e economia criativa.

Não é exagero dizer que o Porto Futuro II simboliza um pacto entre passado e futuro: estrutura portuária histórica encontra ambição tecnológica e cultural.

Parque da Cidade: cenário para o encontro climático

À tarde, a comitiva visitou o Parque da Cidade, que abriga a infraestrutura central da COP30. Antes um aeroporto no bairro da Sacramenta, o local (500 mil m²) foi entregue à população em julho de 2025 e já atraiu mais de 670 mil visitantes. Temporariamente fechado para montagem da conferência, abriga teatro, cinema, biblioteca, centro gastronômico, torre de contemplação, quadras, ciclovia e parque aquático infantil.

Durante o evento, o parque será dividido em Zona Azul (para delegações, imprensa, chefes de Estado e eventos oficiais) e Zona Verde, de acesso livre, destinada à participação cidadã, debates públicos e visibilidade para projetos de tecnologia, sociedade civil e empresas com foco em ESG. A natureza se impõe: 2.500 árvores plantadas, 190 mil ornamentais, 83 mil m² de gramado, energia solar fotovoltaica e captação de água de chuva compõem o desenho de um território dialogado com o clima.

Entre o pragmático e o simbólico: o legado que fica

O gesto de visitar essas obras em sequência revela uma narrativa coerente: Belém não será palco provisório, mas cidade forte, mobilizada e transformada. A drenagem evita enchentes graves, sobretudo nas áreas mais vulneráveis. Os equipamentos culturais e de inovação fortalecem identidade regional e capacidade de atração científica, turística e econômica. O parque centraliza a COP num palco que é urbano, social e simbólico simultaneamente.

Há riscos: prazos apertados, custos flexíveis, expectativas globais, mas também há um pilar firme, o compromisso de que essas intervenções não se limitem à COP30, e sim entrem no dia a dia da cidade. Esse é o espírito da obra pública que respira e transforma.

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