Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de autoridades locais e ministros de estado, celebrou a entrega das obras de requalificação do Porto de Outeiro e de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém, marcando um ponto de virada na infraestrutura da capital paraense. Essenciais para o sucesso da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que inicia seus grandes eventos com a Cúpula de Chefes de Estado nos dias 6 e 7 de novembro, as intervenções prometem transformar o perfil logístico e econômico da Região Norte.
“Havia quem duvidasse da capacidade de trazer a COP para o Norte, questionando a estrutura. A resposta está aqui: a estrutura existe”, afirmou o presidente Lula, enfatizando que a realização do evento na Amazônia, um bioma crucial para o debate climático global, é uma demonstração de que a articulação política e a aliança entre entes federados podem concretizar grandes projetos. A expectativa é alta: “Belém será outra cidade depois da COP”, assegurou.
As obras no Porto de Outeiro, concluídas em um tempo notavelmente rápido, são um testemunho da mobilização recorde. Iniciadas em 17 de abril e finalizadas em seis meses, as melhorias transformaram o terminal em uma base estratégica para a logística da Região Norte, fortalecendo a matriz de exportação do Pará.
Para cumprir o prazo da COP30, a execução envolveu frentes de trabalho simultâneas, operando 24 horas por dia, em três turnos. A requalificação incluiu a construção de 11 dolphins, a instalação de 10 pontes metálicas e a ampliação do píer de 261 metros para impressionantes 716 metros. Com capacidade de deslocamento de 80 mil toneladas, o terminal dobrou sua performance anterior.
Além da função logística, o porto terá um papel crucial na recepção da conferência. A infraestrutura reformada permitirá o atracamento de dois navios de cruzeiro, que servirão como hospedagem temporária alternativa com capacidade para até 5 mil participantes. Uma nova ponte construída no local garantirá um acesso rápido e eficiente — estimado em apenas 25 minutos — entre o terminal e os locais oficiais do evento, mitigando um desafio logístico crônico da cidade.
Os investimentos no porto, que somam cerca de R$ 233 milhões, foram viabilizados pela Companhia Docas do Pará (CDP) em parceria com a Itaipu Binacional. O terminal reformado será especializado na movimentação de granéis sólidos, líquidos e carga geral, preparado para atender à crescente demanda de exportação de minérios, grãos e derivados das indústrias alimentícia e energética. O projeto também gerou 745 empregos, entre diretos, indiretos e de terceiros, injetando dinamismo na economia local.
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Antes da visita ao porto, o presidente Lula inspecionou o novo Aeroporto Internacional de Belém. A ampliação e modernização, com investimentos de R$ 450 milhões pela concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), transformaram a porta de entrada aérea da Amazônia.
As intervenções foram entregues com quase um ano de antecedência em relação ao cronograma inicial e incluíram:
A capacidade operacional do terminal de passageiros dobrou, saltando de 7,7 milhões para cerca de 13 milhões de passageiros por ano, consolidando o aeroporto como um dos mais modernos da Região Norte e plenamente apto a receber as delegações globais da COP30.
Preocupada com a inclusão e o conforto, a nova estrutura aeroportuária incorpora uma sala multissensorial, dedicada a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições que requerem um ambiente controlado. Além disso, novos espaços comerciais, áreas de convivência e um mobiliário que celebra a rica cultura amazônica aprimoram a experiência do passageiro. A obra gerou mais de 1,5 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo para a mobilidade aérea regional e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Durante a visita, o presidente Lula fez questão de ressaltar que o legado das obras transcende a infraestrutura física. O Pará e a Região Norte representam um potencial imenso para a bioeconomia – um setor focado em produtos e serviços que transformam os recursos naturais em desenvolvimento econômico e social, mantendo o menor impacto ambiental possível.
“Não vamos mais falar apenas em indústrias tradicionais como automobilismo, mineração ou celular. Vamos convocar o mundo, preocupado com o clima, para investir em bioeconomia”, declarou o presidente. Ele definiu o setor como “a coisa mais sagrada para a gente evitar o desmatamento”, pois oferece um sentido econômico para a preservação, garantindo uma vida de qualidade ao povo por meio do aproveitamento sustentável da natureza. “O Pará pode ser a porta de entrada desse novo modelo de desenvolvimento”, concluiu, posicionando Belém no epicentro de uma nova matriz econômica global.
Autoridades como o governador do Pará (Helder Barbalho) e o prefeito de Belém (Igor Normando), além de ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), acompanharam a entrega, celebrando um avanço que, segundo eles, deixa um legado duradouro de infraestrutura moderna para a região, pronta para receber representantes de 170 países.
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