Geral

A Desigualdade de Gênero no Trabalho de Cuidados no Brasil

Historicamente, a responsabilidade pelo trabalho de cuidados, tanto dentro das famílias quanto fora delas, sempre foi atribuída principalmente – quando não exclusivamente – às mulheres. No entanto, essa distribuição desigual de responsabilidades tem implicações significativas para a autonomia econômica das mulheres e para a sociedade como um todo.

A Realidade Atual

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em dezembro de 2023 mostram que, em 2022, quase 7 milhões de mulheres entre 15 e 29 anos não estavam estudando e nem ocupadas no mercado de trabalho. Desse total, mais de 2,5 milhões afirmaram que não buscaram trabalho porque precisavam cuidar dos afazeres domésticos ou tomar conta de parentes. Para os homens, por outro lado, o número não chegou a 100 mil pessoas.

A Necessidade de Mudança

Para tratar desse tema, o Governo Federal conta com a Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Já no Ministério das Mulheres, a responsabilidade fica a cargo da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Políticas de Cuidados. As duas pastas têm coordenado os trabalhos de construção da Política e do Plano Nacional de Cuidados, no espaço do Grupo de Trabalho Interministerial criado por meio do Decreto 11.460/2023.

A Visão de Futuro

Para a secretária nacional da Política de Cuidados e Família, Laís Abramo, o cenário comprovado pelo levantamento do IBGE é resultado de uma histórica ausência de políticas públicas para os cuidados, o que deixou às mulheres essa responsabilidade. Ela reforça que o trabalho de cuidados precisa ser compartilhado por todos, já que é fundamental para o bem-estar das pessoas e para o funcionamento das sociedades e das economias.

Garantir o cuidado como direito é fundamental para a superação da fome, da pobreza e das desigualdades sociais no Brasil. Alcançar essa meta exige, então, garantir o direito ao cuidado para todas as pessoas que dele necessitem. É preciso também reconhecer e redistribuir o trabalho não-remunerado de cuidados e garantir o trabalho decente, com direitos, proteção social e salários dignos, para todas as trabalhadoras e os trabalhadores remunerados do cuidado. A criação de um país que cuida é uma tarefa coletiva e urgente.

News

Recent Posts

Guia para mudas de Lírio da Paz: 6 passos para fazer do jeito certo

O lírio da paz, com suas folhas verdes brilhantes e flores brancas que exalam pureza,…

3 horas ago

Passo a passo para fazer mudas de gerbera e aumentar sua coleção

Se você tem um canteiro com gérberas e já se encantou com suas cores vibrantes…

3 horas ago

4 estilos para cabelo crespo curto com personalidade

Para quem tem cabelo crespo curto, cada escolha de corte ou finalização pode ser um…

2 dias ago

4 truques para deixar cabelos crespos mais hidratados e macios

Cabelos crespos têm uma beleza única, mas também pedem atenção redobrada. A estrutura em espiral…

3 dias ago

No primeiro trimestre, Brasil recebe 3,7 milhões de turistas internacionais e acumula recordes em 2025

O ano de 2025 já se consolida como histórico para o turismo brasileiro. Mês após…

4 dias ago

Guia do consumidor auxilia população de Belém na compra do pescado

Agentes da Secretaria Municipal da Desenvolvimento Econômico (Sedcon), percorreram na manhã desta quarta-feira, 16, feiras…

4 dias ago

This website uses cookies.