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Usinas da Paz no Estado do Pará seguem transformando comunidades e reduzindo a criminalidade


No cenário contemporâneo, em que a segurança pública é um desafio constante para as sociedades, o Estado do Pará vem se destacando pelo pioneirismo e inovação na abordagem do combate à criminalidade. As Usinas da Paz, um projeto ambicioso e abrangente, têm sido uma peça central nesse esforço, trazendo resultados tangíveis para a sociedade e para a redução dos índices de criminalidade.

Atualmente, já estão em funcionamento 9 dessas Usinas da Paz, sendo 7 na Região Metropolitana de Belém (Cabanagem, Benguí, Guamá, Terra Firme, Jurunas/Condor, Ananindeua, Marituba) e duas na região sudeste do Estado (Parauapebas e Canaã dos Carajás). Além dessas, outras 17 estão em construção, com o objetivo audacioso de alcançar um total de 40 novos complexos multifuncionais até o final da atual gestão estadual.

O modelo adotado pelo Governo do Estado, através das Usinas da Paz, vai além do tradicional enfoque na repressão criminal. Ele integra uma variedade de ações e serviços que abrangem áreas cruciais para a transformação social, como saúde, educação, assistência social, cultura, esporte e lazer. Mais de 70 serviços intersetoriais são disponibilizados, envolvendo secretarias estaduais e órgãos parceiros.

Cada Usina da Paz tem um projeto arquitetônico padrão e oferece uma gama diversificada de serviços gratuitos para a comunidade. Desde atendimento médico e odontológico até emissão de documentos, capacitação profissional, instalações esportivas e culturais, todas essas ações visam criar um ambiente mais seguro e propício para o desenvolvimento humano.

Redução da violência – Segundo dados divulgados pela Secretaria de Inteligência e Análise Criminal (Siac), vinculada a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), dados referentes ao comparativo dos anos de 2022 e 2023, no período de 01 de janeiro até 16 de agosto, os bairros e municípios como Jurunas/Condor, Marituba, Parauapebas e Canaã dos Carajás apresentaram em média a redução de 39,13% nos casos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), preservando 36 vidas em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto que os bairros, a exemplo da Terra Firme e Cabanagem, os dados apresentaram estabilidade.

Em relação ao crimes de roubo, o relatório da Siac aponta uma média de redução de 60,4%, nos bairros da Região Metropolitana de Belém, como Bengui, Guamá, Jurunas/Condor, Terra Firme, Cabanagem, Icuí-Guajará, Marituba e os municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás tiveram uma média de redução de 60,4% nos crimes de roubo, neste comparativo do período de 01 de janeiro a 16 de agosto dos anos de 2022 e 2023. Foram menos de 5.218 casos de roubo.

Gorete Pinheiro, 47 anos, está gerando renda após fazer curso de culinária na UsiPaz em Marituba. Foto: Lucas Sousa NUCOM/SEACEm Marituba, a dona Gorete Pinheiro, de 47 anos, tem uma barraquinha de venda de lanches em frente à Usina da Paz. A filha mais nova dela é PCD (pessoa com deficiência) e as duas são beneficiadas por diversas atividades. “A Usina da Paz me permitiu ter a oportunidade grande de trabalhar com alimentos, eu fiz um curso de gastronomia e agora estou trabalhando com isso, está gerando renda pra minha família. Minha filha já faz parte, já emitiu documentos e atendimento médico, além de aulas de balé. A violência aqui foi contida, já podemos andar nas ruas com mais segurança, acalmou muito”, pontuou Gorete.

A autônoma Marlhynne Medeiros, de 27 anos, é moradora do bairro da Cabanagem, emMarlhynne Medeiros, 27 anos, autônoma, frequenta a Usina da Paz Cabanagem. Foto: Matheus Maciel NUCOM/SEAC Belém, e faz o curso preparatório para o Enem na Usina da Paz. “Eu acredito que a Usina da Paz contribuiu muito para a redução da violência dessa área. Aqui era um grande matagal, abandonado e escuro, era muito violento, mas com a construção da Usina da Paz, melhorou muito. As crianças tem uma opção para ocupar a mente com os cursos, brincadeiras, elas saíram da rua e agora ficam o dia inteiro na usina. Meu filho Marley tem 8 anos e faz judô, natação, frequenta a biblioteca. Está sendo muito bom”, disse.

Ações transversais – O programa TerPaz trabalha na articulação de diferentes esferas do poder público, organizações da sociedade civil e comunidades locais para promover o desenvolvimento sustentável e a pacificação. Os resultados são claros e expressivos. De acordo com a Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), órgão responsável por coordenar o projeto, desde 2019, as Usinas da Paz em funcionamento já realizaram mais de 1,7 milhão de beneficiamentos.

Rosiana Da Silva, 43 anos, é cozinheira e está se capacitando na UsiPaz de Ananindeua. Foto: Marília Sousa NUCOM/SEAC Rosiana da Silva, de 43 anos, é cozinheira e faz parte da Usina da Paz em Ananindeua. A moradora já fez vários cursos desde a implantação do complexo. “Eu só tenho que agradecer por esse projeto que veio pro bairro, nós que somos ‘baixa renda’ não temos condições de pagar um curso para nossos filhos, até pra gente mesmo. Já fiz curso de inglês, de costura, minha filha faz curso de computação, aulas do Pré-Enem, redação, outra filha faz balé e dança contemporânea, e fez também curso de ‘Jovem e Liderança’, está sendo muito bom tudo isso aqui”, disse Rosiana.

“Nós mais uma vez confirmamos que nos bairros da Região Metropolitana de Belém e nos municípios que as Usinas da Paz foram implantadas, desde o início com o choque operacional da polícia e posteriormente com os serviços oferecidos à população, a redução de todos os crimes foram impactantes. Em especial aos crimes de roubo, com redução significativa após a implantação desse projeto, o que nos leva a certeza de que o projeto é sucesso e que, claro, já está sendo espalhado em todo o Estado para que a gente possa atingir a maior parte da população e transformar a vida das pessoas”, informou Ualame Machado, titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

Nesse contexto, Igor Normando, secretário de Cidadania, reafirma o compromisso das Usinas da Paz e do programa TerPaz na transformação social e na redução da violência nos locais onde operam. “A abordagem integrada, que envolve serviços essenciais e promove a participação ativa da comunidade, se mostra como um caminho promissor para criar ambientes mais seguros e oportunidades para todos. A oferta de atendimento médico e odontológico, consultoria jurídica e emissão de documentos não apenas resolve problemas imediatos, mas também promove uma sensação de segurança e pertencimento entre os cidadãos. A presença de serviços de capacitação técnica e profissional não só amplia as perspectivas de empregabilidade, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico local”, ponderou Igor.

Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará

O Pará, através das Usinas da Paz e do programa Territórios pela Paz (TerPaz), está construindo uma narrativa de sucesso na busca pela redução da criminalidade e pela promoção do bem-estar das comunidades. Com a continuação desse trabalho inovador e colaborativo, é possível esperar que essa trajetória positiva seja estendida a outras regiões e inspire a adoção de abordagens similares em todo o país.


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