Educação

Unicef e UIT usam satélites e algoritmos para levar internet a escolas remotas no Brasil

Iniciativa Giga pretende melhorar sistema de informação e infraestrutura no país; primeira fase do projeto contribuirá com geolocalização das escolas para otimizar conectividade; processo envolve imagens de satélite e algoritmos treinados para identificar unidades de ensino em áreas remotas.

Um projeto global que usa imagens de satélite e algoritmos de visão computacional para identificar e geolocalizar escolas sem acesso à internet está sendo implementado no Brasil. A iniciativa, chamada Giga, é uma parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a União Internacional de Telecomunicações, UIT.

O objetivo é apoiar o governo brasileiro a cumprir a meta de conectar todas as escolas do país até 2026. Segundo o censo escolar de 2022, cerca de 21,8 mil unidades de ensino ainda não têm internet. A falta de conectividade prejudica o aprendizado dos estudantes, especialmente em áreas remotas.

O especialista em Conectividade e Educação do Unicef no Brasil, Jardiel Nogueira, explica que o projeto Giga vai ajudar a melhorar o planejamento das políticas de infraestrutura, seja de fibra, de torre, de rádio, de bases, de celular ou de satélite.

“Um dos principais resultados, uma das principais vantagens que a gente enxerga nesse projeto é a gente ter melhores condições de planejamento de expansão de infraestrutura, seja de fibra, de torre, de rádio, de bases, de celular, de satélite”.

Para isso, o projeto usa um modelo algorítmico que analisa imagens de satélite para reconhecer o que seria um padrão de escola em um determinado país e assim determinar a localização exata das escolas. Nogueira afirma que muitas vezes as bases oficiais dos governos têm informações imprecisas de latitude e longitude.

Segundo o coordenador do projeto, no Brasil muitas escolas têm informações imprecisas ou desatualizadas sobre sua localização, o que dificulta o planejamento de infraestrutura e a contratação de serviços de internet. Ele explica que o Giga já fez esse trabalho de geolocalização em outros países, e agora vai adaptar o algoritmo para reconhecer os diferentes perfis de escolas na região amazônica, na região Norte, Nordeste, entre outras.

Nogueira afirma que a conectividade tem impactos muito positivos nas comunidades e no aprendizado, gerando maior acesso ao mundo exterior. Ele cita exemplos de projetos com comunidades quilombolas e indígenas, que conseguem potencializar suas intenções pedagógicas com a internet. Ele diz que em uma segunda fase do projeto, a Giga vai testar uma série de ferramentas no Brasil, para ajudar diretores e secretarias de educação a fazer uma melhor gestão e coordenação das políticas de conectividade que estão disponíveis.

Recent Posts

City Tour Belém revela a alma cultural da capital paraense

Em uma cidade onde cada esquina revela um fragmento da história amazônica, a Associação Brasileira…

5 dias ago

Guamá celebra a ancestralidade e a resistência popular com o VII Cortejo Visagento

No dia 31 de outubro, o bairro do Guamá, em Belém (PA), se transforma em…

5 dias ago

Chef Tainá Marajoara levará os sabores da Amazônia à cozinha da COP30

A chef e ativista indígena Tainá Marajoara será responsável por comandar a cozinha da COP30,…

6 dias ago

Fundação Cultural do Pará será palco da Cidade das Juventudes durante a COP30

A Fundação Cultural do Pará (FCP), por meio do Núcleo de Oficinas Curro Velho, firmou…

6 dias ago

Pará em transformação “cultura, inovação e sustentabilidade em movimento”

O Pará vive um novo ciclo de transformação que une tradição e modernidade. A edição…

6 dias ago

Transformação pela matemática: DRE Bragança inspira 150 estudantes para a 2ª fase da OBMEP

Em um notável esforço pela democratização do conhecimento e o incentivo ao protagonismo estudantil, a…

1 semana ago

This website uses cookies.