“Precisamos acabar com esse hábito do homem de só procurar pelos serviços de saúde quando está doente. Esse momento aqui é para sensibilizar justamente os profissionais sobre a importância de quebrar essa cultura”.
O depoimento da gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Satélite, Dilkue de Oliveira, representa o trabalho de conscientização sobre a importância de falar sobre a saúde de um público que, em geral, não costuma ir ao médico.
E é na atenção primária que a prevenção se dá. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) reuniu, na terça-feira, 5, na faculdade Unifamaz, profissionais das UBS em uma capacitação voltada à saúde do homem.
Foram abordadas formas de captar esse público e fazê-lo ir às unidades. O evento “Saúde do Homem: Desafios na Atenção Primária” teve como diretriz a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH).
Acolhimento
A programação também foi alusiva ao Dia Internacional do Homem, que se celebra dia 15 deste mês. “Trabalhamos a política de saúde do homem de forma integral, apresentando aos profissionais os objetivos, diretrizes e princípios e alguns eixos temáticos. É importante para garantir o acesso, acolhimento e continuidade dos homens nos serviços de saúde durante todo o ano”, informa o assessor de Atenção Básica, Felipe Valino.
Para o técnico de enfermagem Wellerson Pinheiro, do Consultório na Rua, a capacitação é oportuna, sobretudo, porque a equipe lida diariamente com homens de extrema vulnerabilidade, em situação de rua. “O treinamento nos deu uma visão mais ampla e holística sobre a saúde do homem. Todos os profissionais da área devem ter a oportunidade de absorver esse conhecimento”, frisou.
Rotina
A gerente da UBS Satélite, Dilkue de Oliveira, afirma que na unidade a prevenção faz parte do fluxo de atendimento. Segundo ela, ao chegar, o homem logo é encaminhado para a sala de testagem.
“Ele já entra no consultório com o resultado dos exames em mãos”, garante, afirmando que a saúde do homem deve ser cada vez mais discutida. “Esse conhecimento será levado aos órgãos de saúde que fazem esse acolhimento”, avaliou.
Para a Coordenadora da Referência Técnica de Morbimortalidade por Acidentes e Violências da Sesma, Maísa Gomes, é necessário captar e sensibilizar o homem para procurar a saúde.
“Hoje ele só vai quando tem algum mal em estado avançado. Estamos capacitando esses profissionais para fazer um atendimento mais adequado e humanizado nas UBS. Temos médicos, psicólogos, técnicos de enfermagem, assistentes sociais. É preciso prevenir”, afirma Maísa.