O Brasil, que possui a segunda maior extensão de manguezais do mundo, está implementando um novo programa de gestão para reforçar a conservação, recuperação e uso sustentável desses ecossistemas vitais. Lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o Programa Nacional para a Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil (ProManguezal) é um marco na política ambiental do país. O programa reconhece os manguezais como ecossistemas essenciais para a biodiversidade aquática e como uma defesa natural contra a erosão costeira e eventos climáticos extremos.
O ProManguezal é o resultado de uma década de esforços conjuntos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), academia, povos e comunidades tradicionais costeiras e marinhas, com o apoio dos projetos GEF Mangue e GEF Mar. O programa se estrutura em seis eixos principais:
Os manguezais são ecossistemas de carbono azul, conhecidos por sua capacidade de sequestrar grandes quantidades de carbono. O Brasil é responsável pela proteção de 7,4% dos manguezais do mundo, abrangendo 1,4 milhão de hectares ao longo de sua costa. Cerca de 90% desses manguezais estão protegidos por 120 unidades de conservação, das quais 55 são geridas pelo ICMBio. A maior área contínua de manguezal do mundo, situada entre o Amapá e o Maranhão, é conhecida como “Foz do Amazonas e seus Manguezais”, e possui 3,8 milhões de hectares de áreas protegidas, reconhecida como “Área Úmida de Importância Internacional” pela Convenção de Ramsar.
Cerca de 500 mil brasileiros dependem diretamente dos recursos dos manguezais para sua sobrevivência, incluindo pescadores artesanais, marisqueiras e extrativistas. O ProManguezal busca valorizar os saberes tradicionais sobre a conservação e o uso sustentável dos manguezais, melhorando a qualidade de vida dessas comunidades. A pesca industrial também é beneficiada pela conservação dos manguezais, que servem como berçário para muitas espécies marinhas.
Desde 2023, esforços coletivos têm sido retomados para aprimorar o ProManguezal, com o apoio da Conservação Internacional (CI-Brasil), do Projeto Terramar/GIZ/MMA, e coordenação social pela Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM). O programa envolve ampla participação de cientistas e movimentos sociais, como o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Articulação Nacional de Pescadoras (ANP), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), entre outros.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem agora o desafio de elaborar um Plano de Ação e garantir a implementação do ProManguezal de forma transparente e participativa, colaborando estreitamente com a sociedade brasileira para assegurar a proteção e a sustentabilidade dos manguezais.
O ProManguezal representa uma vitória significativa para a conservação ambiental no Brasil, alinhando o país com outros que adotam políticas específicas para utilizar ecossistemas costeiros na mitigação e adaptação aos desafios climáticos.
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