Ao descobrir a riqueza que havia no quintal de casa, a agricultora Elene Elda Oliveira Mota, 28 anos, passou a dar outro valor à plantação de cacau. Em parte dos 100 hectares de floresta nativa, às margens do Rio Arauaia, na zona rural de Barcarena, nordeste do Estado, ela cultiva cacau e, com o fruto, produz chocolate orgânico, hoje a maior renda da família.
“Eu estou muito feliz, porque a gente não está só na colheita do cacau e na venda para os atravessadores, como era antes. A gente tá conseguindo vender o nosso próprio chocolate”, ressalta Elda.
Atualmente, a produtora consegue extrair 13 produtos do cacau. Um dos mais famosos é o “Cupulate”, mistura de creme de chocolate com geleia de cupuaçu, sucesso comprovado durante a participação em feiras de produção rural.
“As pessoas já me conhecem como a ‘menina do chocolate’. Eu me sinto muito orgulhosa em levar essa cadeia produtiva para frente, e não deixar morrer. Muitas famílias já saíram daqui; venderam suas terras. Eu digo que quero levar o nome do meu paraíso para fora. A nossa vida é isso: é a floresta, a nossa terra. A gente só faz o manejo; a gente não desmata. A nossa vida é a nossa natureza”, afirma Elda.
O exemplo de empreendedorismo verde é uma conquista da agricultura familiar. O trabalho de pequenos produtores, celebrado nesta terça-feira (25), vem ganhando cada vez mais espaço no Pará, que desponta nacionalmente em várias culturas graças ao trabalho de mais de 500 mil agricultores.
Cacau do Pará – A produção de cacau movimenta a economia e gera sustento para mais de 30 mil agricultores, 85% deles da agricultura familiar. Hoje, o Pará tem cerca de 213 mil hectares de área plantada de cacau, sendo 155 mil hectares em produção. A estimativa é que já possua aproximadamente 230 milhões de pés de cacau.
Dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) mostram que o Pará tem a maior produção de cacau do planeta, equivalente a mais de 96% de todo o volume produzido na região Norte. A produção média supera 146 mil toneladas de cacau.
Sociobiodiversidade – Mais de 200 famílias ribeirinhas de Barcarena, na Região de Integração Tocantins, vivem como Elda Mota. São pequenos agricultores, que cuidam e tiram o sustento da floresta, cultivando cacau, açaí, cupuaçu, miriti e andiroba.
As comunidades locais conservam e desenvolvem práticas que expressam conhecimentos ancestrais, destaca Cristiane Brito, técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). “A gente tem aqui um ambiente naturalmente preservado, e a gente traz para eles a educação ambiental, a questão do manejo do açaizal, do cacau, de árvores economicamente viáveis. Isso aumenta a produtividade e deixa como herança a floresta em pé”, reforça.
Investimentos – Em 2022, a Emater realizou cerca de 80 mil atendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para a agricultura familiar, beneficiando 50 mil famílias. Para 2023, a expectativa é atingir cerca de 100 mil atendimentos. Foram investidos mais de R$ 25 milhões nos últimos três anos.
São beneficiários dos serviços agricultores familiares que trabalham com várias culturas, com destaque para as cadeias produtivas da mandiocultura, fruticultura, extrativismo do açaí, olericultura e culturas de subsistência (mandioca, milho, feijão e arroz), além da criação de búfalos, bovino, aves, suínos e peixes.
“Nossa equipe planeja atividades diante da complexidade da Amazônia. As demandas no campo encontram-se emaranhadas entre interesses de populações tradicionais ribeirinhas, quilombolas, indígenas e outras, além de questões conflituosas, como atividade garimpeira, extração de madeira e expansão da monocultura. Mesmo diante desses desafios que a empresa tem que encarar por ser a realidade amazônida, sua atuação tem sido determinante para garantir a prestação contínua dos serviços às famílias agricultoras, com consequências na geração de renda e melhoria de sua qualidade de vida”, ressalta Joniel Vieira de Abreu, presidente da Emater.
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