Faltando pouco mais de sete meses para a realização da COP30, em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reafirma que todas as obras e estruturas para receber o evento estarão prontas a tempo. A previsão inclui desde melhorias urbanas até a expansão da rede de hospedagem — um dos principais alvos de críticas, como as feitas pela revista britânica The Economist, que sugeriu uma “COP caótica”.
Apesar do cenário desafiador, Barbalho se mostra confiante. Ele garante que haverá leitos suficientes para os visitantes e que todos os equipamentos construídos para o evento terão utilidade pública permanente, evitando o erro de obras sem função após os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
A capital paraense, que atualmente conta com cerca de 25 mil leitos, pode receber até 50 mil visitantes durante os 12 dias do evento. Segundo o governador, a distribuição ao longo do período e a diversidade das opções de hospedagem tornam a meta viável. A estratégia inclui:
Reformas e modernização de hotéis já existentes;
Construção de quatro novos hotéis de alto padrão;
Hospedagem em navios, com cerca de 4.700 leitos;
Ampliação de imóveis em plataformas de aluguel, de 700 para mais de 5 mil;
Criação de uma vila de líderes com 400 leitos de luxo;
Preparação de escolas para funcionarem como áreas de recepção temporária.
Com isso, a previsão é alcançar cerca de 50 mil leitos, distribuídos entre hotéis, hospedagens alternativas e estruturas adaptadas.
A inflação nas diárias de hotéis durante grandes eventos internacionais é algo comum, segundo Barbalho. Ele reconhece que o aumento de preços ocorreu, mas argumenta que, com o crescimento da oferta, os valores devem se equilibrar. O governo promete fiscalizar práticas abusivas por meio do Procon.
“O mesmo aconteceu em Dubai, Baku, e agora no Rio com o G20 e até o show da Lady Gaga. É uma dinâmica global”, afirmou.
Questionado sobre especulações a respeito da transferência da COP para outra cidade, o governador foi enfático: “Isso não existe. A COP será em Belém”. Ele ainda encoraja que outras cidades da região amazônica participem da programação, caso haja interesse de líderes em conhecer outros territórios.
Barbalho reforça que o objetivo é que todas as melhorias fiquem como benefício permanente para a população. Obras de mobilidade urbana, reforma do aeroporto, novos terminais hidroviários e parques urbanos são algumas das entregas previstas. A Vila da COP, por exemplo, será transformada em escritórios após o evento.
Ele vê a COP como uma oportunidade de posicionar Belém como principal destino turístico da floresta amazônica: “Já tivemos o maior número de passageiros no aeroporto em 2023, com mais de 4,3 milhões. Isso é reflexo da visibilidade que a COP já trouxe”.
Sobre os questionamentos de adversários políticos a respeito dos investimentos, principalmente em eventos paralelos como shows musicais, Barbalho afirma que não há uso de verba pública nessas atrações. “O retorno econômico é evidente. E as obras que estamos fazendo são para além dos 12 dias da COP.”
Ele também aponta a necessidade de combater fake news e manter o foco em projetos de legado duradouro. “Vivemos numa democracia, e críticas devem ser ouvidas. Mas desinformação não pode pautar o debate.”
A presença dos Estados Unidos na COP30 ainda é uma incógnita, especialmente com O retorno de Donald Trump ao poder. Barbalho, no entanto, defende uma postura diplomática: “Não devemos criar atritos desnecessários. A COP é um fórum global. Trump pode não assinar o Acordo de Paris, mas o país não deixa de participar da COP”.
A interpretação é de que os EUA deve mandar delegação. Mas acho que o Brasil tem que insistir na presença do presidente Trump. E que possamos construir soluções que estejam em aderência às responsabilidades e as urgências ambientais.
O governador também aposta no diálogo com empresas americanas e estados subnacionais, como a Califórnia, e afirma que o Brasil deve insistir na presença do ex-presidente norte-americano no evento.
Helder Barbalho reforça que a COP30 não deve ser vista por lentes ideológicas. “Desastre climático não escolhe lado político. A COP é uma agenda da vida real. A direita também estará presente. Inclusive, vamos realizar a reunião do Fórum de Governadores do Brasil, aqui em agosto, para envolver todos os estados.”
Sobre Bolsonaro, disse que o convite não cabe ao governo do estado, mas reforçou que o evento é aberto a todos.
Apesar da redução de 50% no desmatamento desde 2018, o Pará ainda lidera o ranking nacional de áreas desmatadas. O governador destaca avanços como a rastreabilidade total da cadeia bovina e de madeira, além de iniciativas em bioeconomia, carbono e regularização fundiária.
“Enquanto a floresta em pé não tiver valor econômico, o conflito entre meio ambiente e necessidade social vai continuar. Precisamos construir alternativas sustentáveis que tenham aderência com a vida real.”
Barbalho propõe um novo conceito: a sociobioeconomia. Para ele, combater crimes ambientais é essencial, mas precisa estar aliado a geração de renda e inclusão social. “Sem comando e controle não vamos a lugar nenhum, mas só com isso também não vamos.”
Quando perguntado se uma COP bem-sucedida poderia impulsioná-lo para uma eventual vice-presidência na chapa de Lula em 2026, Helder desconversou: “Esse não é o foco agora. O objetivo é que o Pará seja protagonista na pauta do desenvolvimento sustentável. A política fica para depois.”
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