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Fapespa Lança Estudo Inédito sobre as Ilhas de Belém

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) revelou um novo estudo voltado para o planejamento de políticas públicas no Pará. Intitulado Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém, este projeto apresenta, em edições sucessivas, as principais características socioespaciais das ilhas ao redor da capital paraense, empregando zoneamento geoambiental.

Foco na Ilha de Cotijuba

A primeira edição do boletim enfoca a Ilha de Cotijuba, reconhecida por sua importância turística. Este estudo fornece informações precisas que auxiliam na formulação de políticas públicas para áreas insulares, tradicionalmente carentes de dados detalhados. Cotijuba, apesar de suas deficiências em infraestrutura básica, possui um imenso potencial turístico, conforme detalhado pela diretora de Pesquisas e Estudos Ambientais (DIPEA), Luziane Cravo Silva.

Fonte: Agência Pará

Importância da Gestão Territorial

O planejamento eficaz é essencial para a administração das ilhas, especialmente frente às pressões sociais e econômicas. Análises técnicas fornecem aos gestores insights sobre desafios e oportunidades, permitindo a oferta de serviços de qualidade à população. O Boletim da Sustentabilidade da Ilha de Cotijuba integra o projeto Atlas da Sustentabilidade da Coordenação de Estudos Territoriais (CET) da DIPEA da Fapespa. Uma equipe multidisciplinar analisa e apresenta dados e informações sobre a sustentabilidade do estado do Pará, suportando ações de gestores e fornecendo informações a cientistas e à comunidade em geral.

Histórico e Características de Cotijuba

Segundo a pesquisa “Análises das Paisagens da Ilha de Cotijuba: Através do Mapeamento das Unidades Geoambientais, Belém” (DA SILVA, 2021), Cotijuba abrange 16,5 km² e possui um clima equatorial úmido, com temperaturas médias variando entre 22,3°C e 31,8°C. O nome Cotijuba, de origem tupi-guarani, significa “trilha dourada”, refletindo a cor do solo arenoso. Integrante do Distrito Administrativo de Outeiro (DAOUT), a ilha é dividida em duas macrozonas: a Macrozona do Ambiente Urbano (MZAU) e a Macrozona do Ambiente Natural (MZAN).

Desenvolvimento Histórico

A ocupação de Cotijuba começou com os Tupinambás e foi transformada social e economicamente em 1874 com a instalação do Engenho Fazendinha. No século XIX, a ilha foi uma área militar estratégica durante a Revolução Cabana. No século XX, foi adquirida pelo desembargador Raimundo Nogueira de Farias, que estabeleceu um educandário para menores infratores, impulsionando o desenvolvimento local.

Análise Geoambiental e Cartográfica

O estudo identificou características distintas em termos de morfologia e uso do solo na ilha. A Macrozona do Ambiente Urbano, por exemplo, inclui áreas com maior fluxo turístico e está passando por significativas alterações físicas. O projeto utilizou imagens aéreas, de radar e satélites, além de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), para coletar e analisar dados espaciais, comparando a cobertura ambiental e a expansão urbana entre 2001 e 2023.

Indicadores de Sustentabilidade

Foram medidos os Indicadores de Sustentabilidade da Cobertura Vegetal (SCV) e de Sustentabilidade da Pressão Urbana (SPU). O SCV apontou uma supressão de quase 13% da cobertura vegetal, indicando perdas na biodiversidade e aumento da erosão. O SPU revelou um crescimento da pressão urbana de 13,58% em 2001 para 24,24% em 2023, impulsionado pela crescente demanda turística.

Contribuição para Políticas Públicas

O presidente da Fapespa, Marcel Botelho, enfatizou a importância deste estudo para a tomada de decisões por agentes públicos, especialmente em um contexto de crescimento do turismo e realização de eventos internacionais como a COP. Ele destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura para atender tanto os visitantes quanto os moradores das regiões insulares.

Compromisso com a Sustentabilidade

Luziane Cravo Silva reafirmou o compromisso da Fapespa com o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental através de projetos inovadores como o Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém. O projeto fornece dados essenciais para a formulação de políticas públicas que beneficiem toda a sociedade paraense.

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