A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) iniciou este ano um atendimento diferenciado: desde janeiro, as equipes dos escritórios na Região Metropolitana de Belém (RMB) vêm se preparando para trabalhar junto com terreiros de religiões de matriz afro, como candomblé, mina e umbanda.
A iniciativa faz parte do direcionamento da assistência técnica e extensão rural (ater) aos Povos Tradicionais de Matrizes Africanas e Terreiros (Potma), sob as diretrizes da Política de Direitos Difusos e Coletivos (PICD), instituída internamente pela Emater em 2022.
A Emater observa que, para as políticas públicas, os espaços religiosos são considerados “unidades territoriais tradicionais” (Utts), com processos típicos de alimentação, artesanato, ornamentação e liturgia, entre outras atividades.
O objetivo do acompanhamento da Emater em relação às 37 unidades, da fase-piloto, é fortalecer cultivos, a exemplo de ervas medicinais, os quais supram as necessidades dos rituais e das ações sociais dos terreiros, e apoiar ofertas de serviços de lazer e turismo.
De acordo com especialistas da Emater, festas e manifestações específicas de cada religião ou terreiro podem ser incluídas nos roteiros turísticos culturais da Amazônia paraense.
“Não tem como a gente pensar em um projeto de política pública sem ouvir e entender os destinatários da política pública. Este é um aprendizado para todos nós, e nesse projeto dos Potma não devemos ter um olhar só operacional e nem jamais interferir no que é sagrado, mas, sim, levar a nossa contribuição como política pública, respeitando cada um”, afirma o presidente da Emater, Joniel Abreu.
Os terreiros da primeira etapa do Projeto são em Belém, Ananindeua, Benevides, Santa Bárbara e Santa Izabel. Os grupos foram selecionados por contato direto prévio.
O diagnóstico socioeconômico e cultural preliminar da situação produtiva da amostra-piloto dos terreiros indica 87% deles em zona urbana, com mais da metade em áreas menores do que 100 m².
A maioria, também, funciona em imóvel próprio e particular de pessoa física, em nome das lideranças ou de membros, e possui contas em redes sociais, sobretudo no Facebook e no Instagram.
Muitos já desenvolvem procedimentos de plantio de fitoterápicos e criação de pequenos animais.
Em algumas das unidades, junto com o Português, são praticados idiomas além, a ver Quicongo (de origem congolesa) e yoruba (de origem nigeriana).
“O material embasa a programação e ação, como perspectiva de crédito rural, calendário de visitas in loco e projetos agregadores, como o de hortas em pequenos espaços. Hortas verticais e hortas horizontais elevadas facilitam o acesso pelos devotos de idade avançada, com mobilidade reduzida”, afirma a zootecnista Swasilanne Fonseca.
Planos
Para Pai Alberto (Alberto Carlos dos Santos), de 59 anos, do terreiro Floresta de Ogum Rompe-Mato, no bairro Mangueirão, na capital, o interesse imediato é estruturar dois jardins onde existem pés de bananeira e aroeira, folhagens essenciais para rituais de “atração” e “descarrego”, e introduzir porventura verduras e legumes, ingredientes de uma sopa distribuída toda semana em prol de caridade.
“Nossa disponibilidade de metro-quadrado é pequena, então eu penso em tecnologias de horta suspensa, de aproveitamento máximo de área”, calcula.
O sacerdote considera, ainda, um levante popular no bairro para que terrenos baldios possam ser revitalizados com plantios comunitários de frutíferas e flores: “A Emater de repente ajuda na movimentação e mobilização, a fim de as organizações sociais e as casas religiosas da vizinhança se reunirem”, diz.
Texto de Aline Miranda
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