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Centro Integrado ParáPaz Santa Casa celebra 20 anos de atuação no Pará

Pioneiro no Brasil ao adotar um formato integrado, com protocolos próprios desenvolvidos pela Fundação ParáPaz para atender às necessidades da Região Metropolitana de Belém e outras regiões do Estado, o Centro Integrado ParáPaz Santa Casa completou 20 anos, nesta sexta-feira (6). A unidade é referência nacional no atendimento a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência. A programação de aniversário contou com um seminário realizado no Centro de Estudo e Treinamento em Saúde (CETS), da Fundação Santa Casa.

Participaram do evento profissionais da saúde, estudantes e especialistas interessados em debater os avanços e desafios no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no Pará.

Foram tratados assuntos como a importância da Lei 13.431/2017, que garante direitos à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência; ferramentas pedagógicas de prevenção à violência sexual, inovações no atendimento integral; perícia científica no atendimento de violência sexual; e atuação da Delegacia Especializada no Atendimento a Criança e ao Adolescente (Deaca) no enfrentamento da violência sexual e atuação da pediatria na equipe multiprofissional ParáPaz.

A participante Tereza Cristina Lopes, assistente social de Marabá, sudeste paraense, destacou a relevância do evento para a formação contínua dos profissionais. “Como profissional me interessa discutir sobre várias temáticas e uma delas é sobre o enfrentamento à violência.  O modelo implementado aqui mostra como a integração dos serviços pode fazer a diferença na vida das vítimas”, afirmou.

Durante o evento, a psicóloga Ana Júlia Moreira, que atua no Centro desde a sua criação, compartilhou suas experiências e apresentou a palestra “Avaliação e cuidados psicológicos direcionados à vítima de violência sexual”. Ela também destacou o projeto de terapia familiar que coordena, no qual atende mensalmente, em grupo, um membro da família — seja pai ou mãe. A psicóloga enfatizou a importância de oferecer atenção e suporte aos familiares, reconhecendo que eles também enfrentam momentos delicados e necessitam de acompanhamento adequado.

Também foram realizadas homenagens a parceiros que contribuíram para a construção e fortalecimento da unidade. Uma das palestrantes, a assistente social Eugênia Fonseca, ficou emocionada ao relembrar, com orgulho, o início de um projeto que, há 20 anos, plantou a semente do que hoje é a Fundação ParáPaz.

“Era um projeto piloto, pequeno, chamado de “Girassol”, mas com uma missão muito grande. Sempre pensamos no bem-estar das crianças e de suas famílias, oferecendo suporte integral e evitando que elas enfrentassem os constrangimentos da época, tendo que se deslocar de um lugar para outro com a suspeita de violência sexual. Ver o quanto cresceu, com mais espaço e equipe ampliada, é gratificante”.

Desenvolvimento e melhorias – O presidente da Fundação ParáPaz, Alberto Teixeira, destacou a importância da atuação do Centro ao longo dessas duas décadas. “Antes, as vítimas eram atendidas em delegacias de bairro sem preparo adequado, enfrentando a demora nos processos. Hoje, contamos com um serviço integrado, qualificado e humanizado, que oferece conforto psicológico e suporte completo”, disse o gestor.

Luciene Moura, coordenadora do Centro, destacou as melhorias recentes, como a reconstrução do espaço, em 2021, a assinatura de acordos de cooperação técnica e a ampliação do atendimento para fins de semana e feriados. “Antes, funcionávamos de segunda a sexta-feira apenas em horário comercial. Desde outubro, atendemos aos sábados, domingos e feriados, garantindo suporte constante às vítimas e suas famílias”, explicou.

Atendimentos – De janeiro a novembro de 2024, a unidade registrou 920 atendimentos, abrangendo casos como estupro de vulnerável, abuso sexual, importunação sexual, atos libidinosos e violência sexual virtual.

Endereço – O prédio conta com salas e recepção amplas, banheiros adaptados para pessoas com deficiência e fraldário. As acomodações foram planejadas para atendimentos psicossociais, incluindo três salas dedicadas à psicologia, duas ao serviço social, uma à perícia e outra às especialidades de pediatria e ginecologia.

Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h, na Rua Bernal do Couto, 934, no bairro do Umarizal, em Belém. O atendimento é integrado à Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca), da Polícia Civil do Pará.

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